O asfalto feito há cerca de duas semanas no pátio da Estação da Memória, em Joinville, terá de ser retirado o mais rápido possível pela Prefeitura, segundo acordo firmado nesta quarta-feira entre a Fundação Cultural de Joinville e representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em São Francisco do Sul e Florianópolis.

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A obra foi feita há cerca de duas semanas pelo Instituto de Trânsito e Transportes (Ittran) sem consulta ao órgão do patrimônio histórico. O caso foi denunciado ao escritório do Iphan em São Francisco do Sul, gerou notificação à Prefeitura e provocou divergência entre Ittran e Fundação Cultural sobre como o asfalto foi parar no espaço.

No local, ao lado do prédio histórico, vai funcionar a Escola de Trânsito do Ittran. A área tem 70 metros por 16 e nela funcionava o antigo pátio de cargas da estação, construída em 1906 e considerada um importante patrimônio da história ferroviária na região e no País.

Segundo a chefe do escritório do Iphan em São Francisco do Sul, Karine Possamai, após a retirada do asfalto, a Prefeitura terá de encaminhar outro projeto ao Iphan caso queira usar a área. A exigência é que seja um projeto que recupere a plataforma de concreto existente no local. A superintendente do órgão em Florianópolis, Liliane Nizzola, acompanhou a reunião.

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O diretor presidente da Fundação Cultural e vice-prefeito Rodrigo Coelho disse que o asfalto deve ser substituído por outro material, provavelmente cimento, dentro das exigências do Iphan. A obra continuará a cargo do Ittran, segundo ele.

– A reunião com o Iphan foi boa, não houve interesse simplesmente em processar e multar a Prefeitura, mas reforçar a necessidade de se preservar a estação -, disse o vice-prefeito.

Na versão do Ittran, quando a obra foi feita, havia desconhecimento de que o pátio fosse tombado historicamente, assim como o prédio da estação. Na versão da Fundação Cultural, a empresa que executou o serviço poderia ter asfaltado em vez de apenas sinalizar o local para aulas educativas sobre trânsito. O Ministério Público Federal acompanha o caso. O Iphan pode fazer novas exigências caso novo projeto de uso da área não se adeque às normas do patrimônio histórico.

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