Com os holofotes voltados para o túmulo de João Goulart, devido à eminente exumação do corpo, a prefeitura de São Borja, na Fronteira Oeste, passou a reforçar a segurança no Cemitério Jardim da Paz.
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Se antes o local era vigiado somente à noite, agora um segurança terceirizado fica de prontidão 24 horas por dia ao lado do túmulo, onde o ex-presidente está enterrado há 36 anos.
A solução para evitar possíveis violações foi colocada em prática pela Administração desde sábado, quando o Exército negou o pedido do prefeito Farelo Almeida para que militares fizessem a vigília da sepultura. Comandante da 3ª Divisão do Exército, o general Geraldo Antônio Miotto alegou que a área não é jurisdição das Forças Armadas e que não haveria amparo legal para o uso de tropa no cemitério.
A prefeitura já encaminhou pedido ao governo do Estado para que a Brigada Militar faça a segurança do local. Enquanto a resposta não chega, uma empresa que já presta serviços para o município desloca vigilantes para o cemitério.
A exumação do corpo de Jango foi confirmada há duas semanas, por decisão da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e do Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul. O processo deve ser acompanhado de peritos argentinos e uruguaios e pode ser realizada nos próximos três meses.
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O ex-presidente morreu em 1976, em Corrientes, na Argentina. À época, a morte foi atribuída a um ataque cardíaco, mas os parentes sustentam que ele teria sido envenenado a mando do regime militar.