A decisão de aumentar a tarifa de ônibus de R$ 3,25 para R$ 3,70 em Joinville foi, nas palavras do prefeito Udo Döhler (PMDB), amparada no bom senso. Os novos valores entram em vigor a partir da zero hora de 4 de janeiro.
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Segundo Udo, como as empresas do transporte coletivo conseguiram na Justiça uma determinação para que o município respeitasse a chamada tarifa técnica, a Prefeitura não pôde desconsiderar a planilha de custos.
Usuários de ônibus reclamam de reajuste no valor da passagem
Gidion e Transtusa recorreram à Justiça porque, tradicionalmente, os reajustes ficavam abaixo da planilha – no ano passado, o estudo técnico indicava o valor da passagem para R$ 3,44, mas o reajuste ficou em R$ 3,25.
– Houve decisão que mandou aplicar a tarifa técnica. Examinei a tarifa técnica e a questão judicial. Como existe uma decisão judicial e o ônibus não pode ficar sem reajuste, o que tenho que fazer? Ou aplicar uma tarifa, que não fosse a tarifa técnica, ou apenas acolher a tarifa técnica, que é uma demanda judicial. Por bom senso, para não cometer improbidade, usei a tarifa técnica – justifica Udo.
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A planilha da Seinfra apontava a tarifa técnica em R$ 3,78, mas o valor foi alterado para R$ 3,74 após revisão da carga tributária. Como o município arredondou o preço para R$ 3,70, a diferença de quatro centavos será compensada pelas passagens embarcadas, reajustadas para R$ 4,50.
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O único meio de frear os índices de reajustes futuros, diz Udo, é a otimização do transporte coletivo. Corredores exclusivos, rebaixamento do piso e climatização dos ônibus, além de horários mais frequentes, são citados como exemplos de medidas capazes de aumentar a adesão ao transporte público, o que implicaria a redução do custo aos usuários.
– Transporte coletivo é caro. Não há como subsidiar transporte coletivo se não tirar receita ou recursos próprios. Ou seja, transferir recursos da saúde e da educação, por exemplo, para investir em transporte coletivo. Isto não existe. Não dá para viajar de graça. Para que a tarifa possa ser otimizada, é preciso adensar o uso do ônibus – argumenta.
CDL espera 2016 mais complicado
O reajuste do ônibus foi avaliado pelo presidente da Câmara de Dirigente Lojistas (CDL) de Joinville, Luiz Kunde, como mais um indício de que 2016 será um ano difícil. Na opinião de Kunde, o cenário político e econômico atual não dá margem à redução de tributos que poderia minimizar os custos das passagens.
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