Após o anúncio de que a passagem de ônibus em Joinville vai aumentar de R$ 3,25 para R$ 3,70 (o valor embarcado sobe de R$ 3,70 para R$ 4,50), a reportagem de “AN” foi ao Terminal Central ouvir o que a população achou do reajuste da tarifa. O novo valor passa a valer a partir da zero hora de 4 de janeiro.
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Todos os entrevistados se mostraram contra o aumento da passagem. Eliziane Cordeiro, 29 anos, trabalha na manipulação de remédios em uma farmácia, usa o transporte coletivo cinco dias por semana e nem sabia que o valor seria reajustado.
– É muito chato. A tendência é só aumentar porque o pessoal não está nem aí para o povo. Quem não tem carro precisa usar o ônibus todos os dias e, por mais que eu pegue o passe da empresa, esse valor é descontado do meu salário – desabafa.
A chefe de cozinha Daniela Batista, 23 anos, também reclama dos aumentos constantes dos impostos, incluindo o valor da passagem de ônibus. Ela usa o transporte público cinco vezes por semana para ir trabalhar e outras duas vezes para estudar.
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– O salário até aumentou também, mas com a passagem e outras coisas mais caras acaba não fazendo diferença o aumento do salário, na verdade – explica.
Uma das reclamações da população é de que o reajuste da passagem do ônibus não condiz com a qualidade do serviço prestado pelas empresas responsáveis pelo transporte. Joice Oliveira, 28 anos, trabalha como injetora em uma multinacional da cidade e não ficou nem um pouco feliz com o aumento.
– Não vale a pena esse valor. É muito tumulto e transtorno para andar de ônibus em Joinville – diz.
Valor definido após disputa judicial
A decisão do reajuste tomada pela Prefeitura de Joinville ocorreu após derrota na disputa judicial com as empresas de ônibus envolvendo a planilha de custos. No início de dezembro, em ação inédita na cidade, Gidion e Transtusa conseguiram liminar determinando que o índice de aumento atendesse ao valor previsto na planilha.
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A alegação das empresas foi de prejuízos históricos por conta de reajustes abaixo dos custos – na maioria das vezes, a tarifa era atualizada por índices em torno da inflação.
O município recorreu ao Tribunal de Justiça, com a alegação de evitar impactos maiores aos usuários. A argumentação não foi aceita e foi mantido o entendimento de necessidade de equilíbrio do contrato. Assim, foi adotado o valor previsto em planilha.