O prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Júnior, esteve na manhã desta quarta-feira em um dos restaurantes especializados em ostras no Ribeirão da Ilha, no Sul da Capital, em uma reunião para prestar apoio aos maricultores que estão sem trabalhar devido ao embargo da Fundação de Meio Ambiente (Fatma). Para mostrar à população e turistas que os moluscos comercializados são extraídos fora da área de risco, ele mesmo apreciou as iguarias.

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Durante o encontro, Cesar garantiu aos produtores que a prefeitura será parceira na busca pelo ressarcimento dos prejuízos financeiros causados aos produtores por conta do vazamento de óleo de um transformador da Celesc que continha ascarel, produto químico cancerígeno. O comentário era de que turistas e moradores estão deixando de consumir os frutos do mar até em Santo Antônio de Lisboa, bairro que cultiva os moluscos do lado Norte da Ilha.

– A prefeitura tomou todas as providências necessárias para reter a produção da área atingida pelo embargo da Fatma. Toda ostra, todo berbigão e todo marisco que estão sendo comercializados nos nossos restaurantes, bares e mercados têm procedência garantida -, destacou o prefeito.

A área de 730 hectares de mar, temporariamente embargada pela Fatma, fica entre a Praia da Mutuca, na Tapera, e o centro da Freguesia do Ribeirão da Ilha. A proibição de extrair moluscos, pescar e tomar banho na região foi determinada pela Fatma na última quinta-feira. Isso ocorreu após o resultado do laudo que apontou a presença do ascarel no canal de drenagem da subestação desativada em direção ao mar. Uma nova análise deve verificar se os moluscos foram contaminados e o resultado deve sair até o fim do mês. Se for confirmado, serão incinerados.

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Foram embargadas 28 fazendas de ostras, que refletem em 30% do cultivo no Ribeirão da Ilha, polo produtor do Estado e país. Os mais afetados foram os pequenos produtores do molusco. A situação é mais delicada com os moradores que vivem da coleta de berbigão no mangue da Praia da Mutuca, que normalmente conseguem uma renda inferior a dos produtores de ostras. São cerca de quarenta famílias, entre elas a de Sabrina Vilma Candido, de 28 anos.

– Todos nós vivemos do berbigão. Está bem difícil, pois vendíamos semanalmente e agora não temos o que fazer e receber. Estamos desamparados – lamenta Sabrina.

A Secretaria de Assistência Social da prefeitura começou nesta quarta-feira a conversar com as famílias para diagnosticar as principais necessidades. Entre os programas que poderão ser acionados estão o bolsa família e o auxílio aluguel e, principalmente, uma operação para buscar auxílio com entidades civis, já que a maioria não se enquadra na faixa de pobreza. Também serão distribuídas cestas básicas.

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