Na Assembleia Legislativa, lideranças do Sul do Estado têm posições diferentes para a da criação de municípios. O único distrito com tramitação de projeto para emancipação que atende às novas regras aprovadas pelo Senado está localizado no Sul: Rio Maina, na cidade de Criciúma.

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– Sou um emancipionista. Ajudei Treviso, Pescaria Brava e Balneário Rincão, por exemplo. Até agora eu não vi nenhum distrito querer voltar a fazer parte da cidade mãe – disse o deputado Valmir Comin (PP).

O presidente da Assembleia, Joares Ponticelli (PP), diz que as emancipações agora só criariam municípios sem condições de se manter:

– Eu sou muito reticente. Enquanto a gente não reconstruir o pacto federativo, eu acho muito temerário continuarmos ampliando essas estruturas. Nós temos que rediscutir a distribuição dos recursos públicos para depois tratar dessas questões .

Em Criciúma, o presidente da associação de moradores de Rio Maina, Jair Adão, disse que até agora não foi procurado por nenhum dos representantes da Câmara de Vereadores. O empresário Estevão Pierini, presidente da comissão de emancipação, acredita que a resistência existe por parte de pessoas que não querem ver Criciúma “diminuir” e temem que a cidade perca o título de metrópole do Sul do Estado.

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– Criciúma tem uma resistência porque lá costumam dizer “nós somos os maiores”. Eles não querem ver qualidade de vida. Mas esse é o pensamento daquele que é pobre de espírito. Metrópole se faz por vocação – defende.

Lauro Pirolla, intendente do Rio Maina, afirma que o distrito é muito maior do que parece. Mesmo contrário à emancipação, caso seja arriscada, ele aponta que o Rio Maina tem cerca de 63 mil habitantes _ e não 56 mil, dado do Censo de 2010.

– Se for para virar município e se endividar, que é o que normalmente ocorre, melhor ficar como está – acredita Pirolla.

Mas outros moradores se dividem entre uma certa indiferença em relação à questão e o apoio à causa. Para a pizzaiola Viviane Vastrano, tanto faz.

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– Pra mim tanto faz como tanto fez. Tudo que eu preciso tem aqui. Banco, farmácia, mercado, tudo. Mas o necessário, como hospital, um médico especialista, terá que ser em Criciúma mesmo. Então fica igual – avalia.

Já Gisele da Rosa, gerente de uma farmácia em Rio Maina, acredita que virar município vai ajudar a economia do hoje distrito, além de melhorias em alguns serviços públicos básicos.

– Eu acho que para o comércio será bom. Vai aumentar o movimento. O pessoal reclama muito, acredito que vão investir mais na saúde e na segurança.