Jaraguá do Sul receberá auxílio financeiro para se recuperar da enchente que atingiu a cidade nos últimos dias. O anúncio foi feito na terça-feira pelo governo do Estado. Serão destinados R$ 5 milhões para os municípios da região Norte do Estado para ações emergenciais. Desse total, R$ 3 milhões virão do Ministério de Integração Nacional. Na tarde de terça-feira, o governador Raimundo Colombo esteve em Jaraguá do Sul e reuniu-se com os prefeitos do Vale do Itapocu. Durante o encontro, os prefeitos repassaram as principais necessidades de cada município.

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Nas ruas de Jaraguá do Sul, a imagem era de desolação. Pela manhã, muitas famílias observavam, em frente às suas casas, os caminhões levando pilhas de móveis e objetos destruídos pela enchente. Na rua Rio de Janeiro, a moradora Nilda Schmidt e a sua família assistiam à cena perplexos.

– Lá vai o meu refrigerador. O sofá e a cama já jogamos fora. Os colchões, nem acabamos de pagar – disse Nilda, em tom de desabafo.

Rosangela Ficher, sobrinha de Nilda, contou que a família conseguiu salvar apenas duas televisões. Na casa, funcionava uma facção têxtil da sua tia e da sua mãe. Agora, a facção ficou inutilizada.

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– Todas as máquinas de costura ficaram embaixo d?água. É desesperador, a gente não sabe o que fazer. Não é pouca coisa, é uma vida de 30 anos – lamentou Lori Reichel, que trabalhava na facção.

– É uma coisa que a gente só via no noticiário e agora vivemos isso – lamentou Ilka Ficher, irmã de Nilda.

Na terça-feira, a Defesa Civil percorreu os pontos de risco da cidade e acompanhou a limpeza das ruas e as consequências da enchente ficaram visíveis. Quando as águas baixaram, buracos que estavam escondidos começaram a aparecer.

Cones sinalizam locais de atenção

Na rua Treze de Maio, no bairro Czerniewicz, o asfalto que tinha sido finalizado na quinta-feira passada ficou repleto de buracos. A saída foi espalhar cones pelos locais atingidos para sinalizar os pontos de atenção aos motoristas e pedestres.

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Segundo o secretário de Obras, Hideraldo Colle, a prioridade é a limpeza das vias e a retirada dos entulhos. Segundo ele, são muitos pontos abertos e o trabalho pode levar até um mês para ser concluído. Depois, os prejuízos serão contabilizados e os reparos necessários serão feitos pela Prefeitura.

Ainda existem áreas com riscos de deslizamento. Na manhã de ontem, duas famílias tiveram de ser retiradas de suas casas por causa disso: uma no km 75 da BR-180 e outra no morro do Lessmann.

15 famílias estão desabrigadas

Apesar de muitos terem retornado à sua rotina, 62 pessoas de 15 famílias permanecem no abrigo municipal montado no Parque de Eventos. Algumas famílias deram entrada no local na segunda-feira e na terça-feira, quando foram retiradas das áreas de risco de deslizamentos.

No total, 27 famílias (111 pessoas) passaram pelo abrigo desde o sábado, quando começaram as inundações. A maior parte delas é da Vila Lenzi, porém também há moradores dos bairros Centenário, Jaraguá 84, Nereu Ramos e Chico de Paulo.

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As doações mais urgentes são materiais de higiene e limpeza, água, colchões e roupas íntimas novas. Como muitas famílias perderam todos seus pertences, também são aceitos móveis. As doações podem ser levadas ao pavilhão A do Parque de Eventos. Contato pelo telefone 2106-8106.

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