A ligação dos três homens mortos na madrugada de domingo em Florianópolis com uma facção criminosa paulista está sendo investigada pelas polícias Civil e Militar. O triplo homicídio, segundo investigação inicial, tem relação com a disputa por pontos de venda de drogas existente no Morro da Caixa, no Bairro Capoeiras, onde os corpos foram encontrados por moradores. O domínio do tráfico no local é de um grupo criminoso catarinense.
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As vítimas não têm passagens policiais em Santa Catarina. Os investigadores também não identificaram relação direta deles com a facção paulista. Ambos teriam vindo ao Estado para trabalhar em obras. No entanto, a principal linha de investigação da Polícia Civil, segundo apuração do DC, aponta que a residência onde os três moravam era usada pela facção paulista para monitorar o tráfico no ponto conhecido como Beco do Julio. O aluguel do imóvel, inclusive, seria bancado pela organização criminosa.
O contrato, no entanto, não estava no nome deles, mas sim de uma pessoa que mora no Mato Grosso. O que as polícias buscam saber é se o trio morto trabalhava a pedido da facção ou se somente ocupava o local como fachada para a operação dos criminosos.
Como o grupo rival teria descoberto o motivo de o trio morar na residência, eles foram executados. O crime ocorreu a 500 metros da sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Equipes das duas polícias estão concentradas nas buscas dos seis homens suspeitos de cometerem o triplo homicídio. Por enquanto, ninguém foi preso.
Delegado fala em “atacar as causas” para reduzir mortes
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A relação das mortes na Capital com a guerra entre facções criminosas preocupa as autoridades das forças de segurança. Em 2017, foram 180 assassinatos na cidade. No ano anterior, ocorreram 92, praticamente a metade. Segundo o diretor da Polícia Civil na Grande Florianópolis, delegado Verdi Furlanetto, as ações precisam se concentrar em duas frentes. A primeira delas é direcionada no combate direto ao crime:
— Temos que atacar as causas combatendo o crime organizado e tráfico de drogas. É importante a prisão de faccionados, apreensão de armas, drogas e dos adolescentes envolvidos, além da presença policial em zonas de conflito entre as facções. Assim, vamos nos antecipar para que os homicídios não aconteçam.
Depois, reforça o delegado, precisa haver trabalhos sociais nas comunidades:
— Dar oportunidade os jovens das áreas de risco que ficam ociosos à disposição para serem aliciados para tráfico de drogas. Portanto, esta causa está fora da atribuição policial, ela é social abrange a saúde, educação, esporte e oportunidades de empregos.
Furlanetto não quis dar detalhes da investigações sobre as três mortes, mas disse que as equipes estão nas ruas atrás dos suspeitos.
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