Três corpos foram encontrados na manhã deste domingo num matagal às margens da Via Expressa (BR-282), próximo ao Morro da Caixa, na região continental de Florianópolis. De acordo com a Polícia Civil, as vítimas foram identificadas como Rogério da Silva Nogueira, Luiz Felipe Alves Feitosa e João Vitor Oliveira Padon. Nenhum deles é natural de Santa Catarina — dois eram do Paraná e um do Mato Grosso. Os três não possuíam registro de passagens pela polícia no Estado.

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De acordo com o delegado Verdi Furlanetto, diretor de polícia da Grande Florianópolis, os três moravam em duas quitinetes em um local conhecido como Beco do Julio, no outro lado da Avenida Governador Ivo Silveira. Eles teriam sido raptados durante a madrugada por homens vindos do Morro da Caixa e levados para a comunidade, onde foram executados com pelo menos 50 tiros. As motivações do crime ainda estão sendo investigadas.

Moradores da comunidade, que fica às margens da rodovia, relataram um intenso tiroteio por volta das 4h da madrugada. Muitos se esconderam atrás de móveis ou ficaram no chão de suas casas para evitar balas perdidas. Tiroteios não são incomuns na região, mas os moradores disseram à reportagem que, dessa vez, o confronto foi mais longo, com rajadas de tiros constantes.

A polícia acredita que os relatos de tiroteio tenham relação com quantidade de disparos feitos nas vítimas. Inicialmente, chegou-se a pensar que havia ocorrido um confronto de facções durante a madrugada, porém essa hipótese está praticamente descartada, diz Furlanetto.

O local onde os corpos foram encontrados fica em um barranco íngreme e é usado como um lixão. A comunidade do morro da Caixa fica a menos de 500 metros da sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP), um complexo de três torres inaugurado no ano passado.

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Futuro secretário se posiciona

O professor Alceu de Oliveira Pinto Junior, que assume o comando da SSP na próxima terça-feira, disse que está acompanhando a situação e que pretende investir em um fortalecimento do setor de inteligência das polícias.

Sobre o fato de as mortes ocorrerem nas proximidades da sede da SSP, o professor lembrou que o Morro da Caixa já é considerado uma “área vermelha” há bastante tempo e que a ida da Secretaria para o local não alterou a situação.

Estiveram no local das mortes o Grupo de Busca e Salvamento (GBS) do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias (IGP).