O policial civil preso em flagrante na tarde de segunda-feira em Lages, na Serra, suspeito de extorquir o proprietário de um carro supostamente irregular, teve a prisão preventiva decretada nesta terça-feira e ficará à disposição da Justiça na sede da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Florianópolis.

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O policial suspeito trabalhava na 2ª DP de Lages, localizada no Bairro Coral, e foi autuado em flagrante por associação criminosa (artigo 288 do Código Penal Brasileiro, com pena de um a três anos de reclusão), corrupção passiva (artigo 317, com pena de dois a 12 anos) e roubo qualificado (artigo 157, parágrafo 2º, com pena de cinco a 15 anos).

O delegado Raphael Bellinati, que lavrou o flagrante, conta que o agente e outros dois homens, supostamente também policiais civis, teriam abordado o dono de uma oficina no Bairro Copacabana na última sexta-feira alegando que um veículo Ford EcoSport de sua propriedade estaria com irregularidades documentais e deveria ser apreendido. O suposto problema também resultaria na prisão do homem, a menos que ele pagasse R$ 1 mil a cada um dos policiais para não ir à cadeia.

Segundo o delegado, o carro foi levado para a 2ª DP, e após constatar que o veículo não tinha nenhuma irregularidade, a vítima procurou o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) para denunciar o caso.

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Assim, no fim da tarde de segunda-feira, quando o policial voltou à oficina, foi preso em flagrante no momento em que supostamente recebia o dinheiro de forma ilegal. O delegado Bellinati diz que, a esta altura, o carro da vítima já não estava mais na 2ª DP e foi encontrado abandonado em outro ponto da cidade.

No momento da prisão, o policial suspeito teria tentado argumentar e justificar que havia caído num golpe, mas na delegacia, durante o flagrante, teria confessado o crime. Porém, disse que atuou sozinho e em nenhum momento revelou a participação dos comparsas. Por uma questão de segurança, já que por ser policial ele não pode ficar recluso no presídio, o homem foi encaminhado à sede da Deic, em Florianópolis.

O coordenador do Gaeco em Santa Catarina, promotor Alexandre Graziotin, diz que as investigações agora seguirão no sentido de apurar se os outros envolvidos eram mesmo policiais ou não. Graziotin diz não haver um modus operandi conhecido e coloca o Gaeco à disposição para denúncias.

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