Na tarde deste sábado, enquanto o corpo da agente prisional Deise Fernando Melo Pereira Alves, 30 anos, era enterrado em Barreiros, São José, policiais conversavam e ainda dentro do cemitério examinavam fotografias de suspeitos de ter praticado o crime. Entre esses, menores de 18 anos.

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Para o grupo de policiais, o assassinato de Deise é um recado para os setores da Segurança Pública em Santa Catarina. Uma represália ao rigor com que o crime organizado vem sendo combatido. A suspeita do envolvimento de menores mais uma vez rende críticas à legislação:

– O menor não entra de graça no crime. É recompensado pelos mandatários, assim como sua própria família. Além disso, sabe que mesmo pego não terá uma punição à altura – observou um agente.

A agente atuava na assessoria jurídica da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania e era casada com o diretor da penitenciária de São Pedro de Alcântara, Carlos Antônio Alves. Deise foi morta na sexta-feira, por volta de 21h, em frente à casa da família, no bairro Roçado, em São José. O marido retornava de Brasília, onde nos últimos 20 dias fez curso de aperfeiçoamento.

– Eles podem ter dado a ordem lá de dentro, mas nós vamos caçar os autores – prometia um policial, referindo-se a suspeita inicial da polícia que tenha sido uma execução a mando de presos de facções criminosas que estão na penitenciária.

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Alguns agentes não estão convencidos da manifestação do governador Raimundo Colombo que diz não acreditar numa vinculação entre mortes de policiais ocorridas em outros estados, como São Paulo, e onde as ordens de execução partem de dentro dos presídios.

As investigações sobre a morte da agente penitenciária estão sendo comandadas pelos delegados Ilson da Silva, diretor de polícia da Grande Florianópolis, Robson Giovani da Silva, titular da 3ª DP de São José, e Gisele de Faria Gerônimo, delegada em exercício da regional de São José.

O trabalho une polícias Civil e Militar, Segurança Pública e Rodoviária Federal e Militar Rodoviária. Os autores estavam em um carro estacionado perto da casa e atiraram quando o veículo que ela dirigia estava na garagem. Nada foi levado da vítima.