Duas apreensões que somam 10 toneladas de maconha colocam a Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) com a missão de identificar e prender o dono dos carregamentos, que figuram entre os maiores apreendidos em Santa Catarina. Até agora, apenas mulas, ou seja, os transportadores que dirigiam os caminhões, foram presos.

Continua depois da publicidade

Com o auditório tomado por fardos da droga, a Deic disse em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, em Florianópolis, que ainda não sabe quem é o grande traficante que está financiando o expressivo volume de maconha recolhida no Estado. Foram duas apreensões em 17 dias pela Deic em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal e a Receita Federal. A mais recente, de 4,7 toneladas, aconteceu no domingo, por volta das 19h, no pedágio da BR-101 em Porto Belo, litoral Norte.

A carga estava acomodada em fardos e escondida junto a um carregamento de milho que saiu do Mato Grosso do Sul em um caminhão bitrem. Também havia no veículo munição de fuzil (calibre 556 e 762). Na nota fiscal, o milho tinha como destino um armazém em Imbituba, que estaria fechado. O dono do veículo será chamado pela polícia. O caminhoneiro, de 44 anos, morador de Itajaí, foi preso em flagrante e optou pelo silêncio.

— A primeira parte foi feita, que era tirar a droga de circulação, e demos um baque em organizações criminosas. Agora vamos atrás da quadrilha, de quem financia essa droga — disse o delegado Pedro Henrique Mendes, da Divisão de Combate ao Narcotráfico (Denarc) da Deic, ressaltando que houve denúncias anônimas aos policiais.

Continua depois da publicidade

A primeira apreensão, de 5,29 toneladas de maconha, aconteceu no dia 18 de maio, na BR-101, em Garuva. A carga também estava sendo transportada com milho vindo do Mato Grosso do Sul. Segundo a Deic, a apuração indica que as 10 toneladas seriam distribuídas a consórcios de traficantes da Grande Florianópolis, que ainda não foram identificados. Os indícios são de que um mesmo criminoso seja o responsável pela encomenda das 10 toneladas.

Adesivos com notas de euros e reais

A carga de 4,7 toneladas apreendida no domingo levava adesivos com notas de euros e reais. A Deic afirma que o símbolo do euro indicava alta qualidade da maconha e o de real, qualidade inferior. Em outras embalagens havia uma fita escrito “promocion especial”.

O valor da carga é estimado em R$ 10 milhões. Os indícios são de que o entorpecente tenha vindo do Paraguai, um dos grandes fornecedores aos países da América do Sul.

Continua depois da publicidade

Presentes na entrevista coletiva, o inspetor da PRF chefe de policiamento e fiscalização, Adriano Xavier, e o inspetor-chefe da Receita Federal, Daltro José Cardozo, destacaram o espírito de integração entre as instituições. Denúncias podem ser dadas ao telefone 181, o disque-denúncia da Polícia Civil.

Leia também

Deic apreende cinco toneladas de maconha na BR-101 que vinham para o Litoral

Quatro são presos em operação conjunta da polícias de SC e do RS