Foi presa nesta manhã em Florianópolis, a mulher suspeita de ser a mentora das torturas que levaram a morte o estudante de direito e segurança, Camilo Cabral Barbosa, no Morro da Mariquinha, em fevereiro deste ano.

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O delegado Ênio de Oliveira Matos, titular de Delegacia de Homicídios da Capital, responsável pelas investigações, não tem dúvidas da autoria da vizinha da vítima.

— Ela é mentora de todo o ocorrido. As investigações continuam e outras pessoas ainda devem ser presas. É possível prorrogar por mais 30 dias e também é possível ela ficar até o julgamento—informa Matos.

A suspeita, que não teve o nome divulgado, foi presa quando prestava depoimento na 6ª Delegacia de Polícia por outros crimes. O delegado da Homicídios efetuou a prisão no local. Ela teve mandado de prisão temporária de 30 dias expedido na quinta-feira, pela Vara do Tribunal do Juri da Capital e foi encaminhada ao presídio feminino de Florianópolis, ainda nesta sexta. O Diário Catarinense não teve acesso a presa e não conseguiu contatar o seu advogado.

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Crime bárbaro

Camilo Cabral Barboza, 28 anos, morreu na noite de quinta-feira no Hospital Celso Ramos, no Centro da Capital, após ter sido torturado no Morro da Mariquinha três dias antes.

Barboza era estudante de Direito na Faculdade Cesusc e havia trabalhado como segurança na campanha para prefeito de 2012 da hoje deputada federal Angela Albino (PCdoB). Ele morava na comunidade há cerca de um ano.

Segundo relatos de amigos e parentes da vítima, o crime teria acontecido após uma discussão de vizinhos. A vizinha teria acusado Barboza de abusar sexualmente de sua filha. A queixa foi levada a traficantes de drogas da comunidade, que foram atrás do segurança no dia seguinte. Cinco homens armados o levaram para a Escadaria da Bica, na parte alta da comunidade, e amarrada a um poste, sendo espancada e torturada em seguida.

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Segundo o boletim de ocorrência sobre o caso, o segurança ainda foi jogado de uma altura de 15 metros, sofrendo diversas lesões, entre elas algumas fraturas expostas. Após ser chamada várias vezes, a Polícia Militar foi ao local e resgatou Camilo, que foi encaminhado para o Hospital Celso Ramos, onde morreu três dias depois em razão dos ferimentos.