Um crime bárbaro está sendo investigado pela Polícia Civil de Florianópolis. Camilo Cabral Barboza, 28 anos, morreu na noite de quinta-feira no Hospital Celso Ramos, no Centro da Capital, após ter sido torturado no Morro da Mariquinha três dias antes. Barboza era estudante de Direito na Faculdade Cesusc e havia trabalhado como segurança na campanha para prefeito de 2012 da hoje deputada federal Angela Albino (PCdoB). Ele morava na comunidade há cerca de um ano.
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Segundo relato de amigos e parentes da vítima, o crime aconteceu após uma discussão de vizinhos, no domingo, por causa de uma mesa. Depois do episódio, a vizinha teria acusado Barboza de abusar sexualmente de sua filha. A queixa foi levada a traficantes de drogas da comunidade, que foram atrás do segurança na segunda-feira. Cinco homens armados o encontraram escondido em um casa próxima. A vítima, então, foi levada para a Escadaria da Bica, na parte alta da comunidade, e amarrada a um poste, sendo espancada e torturada em seguida.
Segundo o boletim de ocorrência sobre o caso, o segurança ainda foi jogado de uma altura de 15 metros, sofrendo diversas lesões, entre elas algumas fraturas expostas. Após ser chamada várias vezes, a Polícia Militar foi ao local e resgatou Camilo, que foi encaminhado para o Hospital Celso Ramos, onde morreu três dias depois em razão dos ferimentos.

Homem sem inimigos
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De acordo com Marcelo Pomar, amigo de Barboza, o crime deixou todos em estado de choque, pois tratava-se de um jovem sério e trabalhador, sem inimigos.
— O mais dramático é observar que esse tipo de barbárie ocorre em nossa cidade, a dois quilômetros da sede da prefeitura — conta.
A deputada Angela Albino também mostrou abatimento por conta do assassinato de seu ex-funcionário. Ela pediu providências ao secretário de Segurança, Cesar Grubba, para garantir o bem estar da família, que não deve retornar à comunidade por medo de represálias.
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— Ele era um bom rapaz, íntegro — disse Albino.
Família com medo
O segurança foi enterrado na tarde desta sexta-feira, no cemitério do Itacorubi, em Florianópolis. De acordo com a cunhada da vítima, Marcele Corrêa, a esperança agora é que os responsáveis pelo crime sejam julgados e condenados. Ela conta que passou os últimos dias no hospital com Camilo, que teria descrito com detalhes as torturas sofridas. Segundo ela, o pé do rapaz ficou desfigurado e teve que ser reconstruído pelos médicos.
— Acho que ele viveu um pouco para isso, para contar. Foi um choque — afirmou Corrêa, que está em casa de conhecidos por medo de retornar à comunidade.
Segundo amigos, a família de Camilo era do Rio Grande do Sul, mas ele havia morado muito tempo na cidade de Abelardo Luz, no Oeste catarinense, antes de se mudar para a Capital. O crime foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia da Capital e a investigação agora ficará a cargo da Delegacia de Homicídios, sob o comando do delegado Ênio Matos.
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