Policiais federais, civis e membros do Instituto Geral de Perícias (IGP) passaram a tarde desta segunda-feira utilizando um scanner em 3D para levantar informações referentes ao local onde morreram os delegados federais Elias Escobar e Adriano Antônio Soares na madrugada de 31 de maio, no endereço 690 da rua Fúlvio Adduci, no Estreito, região continental de Florianópolis. O trabalho, feito em conjunto entre as partes, serve como complementação na tentativa de melhorar a qualidade do material que será produzido no laudo pericial sobre o local do crime.

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Diretor do Instituto de Criminalística do IGP, Walmir Djalma Gomes Junior, explica que o IGP não possui o aparelho de scanner e, por isso, peritos da Polícia Federal participaram do trabalho para operar o equipamento. O scanner, que ficava girando em diferentes pontos, traz as imagens captadas com a distância entre pontos e outros detalhes que vão ajudar a investigação a esclarecer melhor a dinâmica dos fatos na madrugada do tiroteio no estreito corredor que leva à casa de prostituição onde Escobar e Soares foram mortos. O principal suspeito de ter cometido os crimes é o vendedor de cachorro-quente Nilton César Souza Junior, que permanece internado no Hospital Florianópolis.

— Na realidade é um escaneamento do local, com o aparelho chamado de scanner de local de crime. Ele é colocado em vários pontos diferentes e depois gerar mapas em 3D do local do crime e lugares do entorno. Isso depois será acrescentando ao laudo pericial do IGP — explica Walmir.

Também presente no levantamento de informações, o delegado Ênio Mattos, titular da Delegacia de Homicídios da Capital e que investiga as mortes, afirmou que a investigação é complexa e ainda não é possível precisar quem efetuou o primeiro disparo naquela madrugada.

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Ele observa que algumas questões não serão respondidas nem pela perícia, como, por exemplo, os locais onde os projéteis que não estavam nos corpos das vítimas foram parar. Um dos taxistas que prestou depoimento ao delegado Ênio, e que levou o delegado Soares baleado ao hospital, será intimado para prestar depoimento novamente, já que alegou ter se perdido antes de chegar na unidade hospitalar, que fica próxima ao local do tiroteio.

— Vamos ter que conversar com ele de novo, para arredondar isso aí. Vamos esclarecer melhor alguns pontos para não colocar nenhum inocente na cadeia — afirma Ênio, que confirmou a oitiva de outras testemunhas além do taxista, mas não quis dizer quem.