Um mapeamento de áreas conflagradas e dominadas por traficantes será a primeira ação da Delegacia de Combate às Drogas (DECOD) criada nesta quinta-feira em Florianópolis.
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A nova equipe especializada da Polícia Civil promete em seguida atacar também os chamados peixes grandes, ou seja, os patrões do tráfico e o esquema de lavagem de dinheiro a partir da atividade ilícita.
A delegacia surgiu de uma antiga reivindicação de policiais diante da constatação de que o tráfico é o principal impulsionador de outros delitos como assassinatos, assaltos e furtos.
A criminalidade satélite, como a polícia se refere, seria em até 95% gerada pelo consumo e venda de entorpecentes, informou o diretor da Polícia Civil na Grande Florianópolis, delegado Ilson Silva.
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– O tráfico está comendo solto em algumas áreas de Florianópolis – reconhece o delegado Antonio Cláudio Seixas Joca, o titular da delegacia, citando morros da área central, comunidades do Norte e Sul da Ilha.
Não bastasse a ligação com a série de delitos, o tráfico ainda tem por trás o crime organizado. A facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC), por exemplo, que comandou ondas de atentados entre 2012 e 2013, tem como base a venda de drogas em diversas cidades catarinenses.
Entre os motivos pelos quais o delegado Joca foi escolhido para comandar a delegacia está justamente o fato de conhecer os meandros da facção. Ele atuou na força-tarefa que identificou e prendeu mais de 100 pessoas acusadas de incendiar ônibus e atirar em unidades policiais de Santa Catarina.
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Para o secretário da Segurança Pública, César Grubba, a medida vai avançar e muito no cerco ao tráfico e à criminalidade.
Florianópolis passa a contar com três delegacias especializadas em áreas diretas no enfrentamento macro da violência: drogas, homicídios e roubos.
As unidades de combate a drogas e de investigação de homicídios estão sediadas no mesmo prédio da Avenida Osmar Cunha, no Centro, onde fica também a 1ª DP e a Central de Polícia.
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O delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D´Ávila, diz que no futuro a ideia é juntar as três especializadas em um mesmo prédio para o compartilhamento a todo instante das informações e ações.
A DECOD começa a funcionar com sete policiais, sendo um delegado, cinco agentes e um escrivão. Combater o tráfico estadual continuará a cargo da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic).