Uma operação da Polícia Civil desmanchou, na manhã desta quarta-feira, um esquema montado para facilitar a comunicação de membros do PGC (Primeiro Grupo Catarinense) em Santa Catarina com líderes da facção, transferidos para a penitenciária de Mossoró (RN) em fevereiro deste ano. Três pessoas foram presas temporariamente em Palhoça e uma em Joinville, e mais 11 mandados de prisão foram expedidos contra detentos que podem ter suas penas aumentadas caso sejam condenados.

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Os dois suspeitos de Palhoça, Valquíria Pereira e Rodrigo de Oliveira Machado, são acusados de promover reuniões com membros do PGC e facilitar a comunicação de presos em Santa Catarina com os líderes da organização criminosa.

A polícia acredita que os acusados administrassem parte do dinheiro repassado por membros da organização e providenciassem viagens de familiares de presos a Mossoró, de onde saíriam as ordens para a atuação do PGC em Santa Catarina. Com eles foi encontrado um caderno com diversas anotações de depósitos, possivelmente ligados ao esquema.

Uma mulher de 41 anos também foi presa, em flagrante, com 200 gramas de maconha dentro de uma camisinha, método usado para contrabadear drogas para dentro de penitenciárias. Ela estava com os dois homens em Palhoça, e não tinha mandado de prisão expedido anteriormente.

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A quarta prisão, que aconteceu Joinville, é de Patrícia da Rosa, também acusada de ligação com o PGC. A polícia utilizou grampos telefônicos e afirma que ela teria um livro com atas das reuniões da organização criminosa, mas o mesmo não foi encontrado. Ela está sendo trazida a Florianópolis já na manhã desta quarta.

A investigação conduzida pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC) foi iniciada após os atentados de maio deste ano, quando foram registrados incêndios a ônibus em São José, Criciúma e Joinville. Os presos nesta quarta-feira são acusados de serem os mentores de, pelo menos, uma parcela dos ataques.

Mandados contra detentos

Os 11 mandados expedidos contra detentos chegam às penitenciárias de Blumenau, Mafra, Biguaçu, Florianópolis (na Agronômica) e à Colônia Penal Agrícola de Palhoça. Devem ser abertos novos processos contra eles a partir da investigação da polícia, e caso sejam condenados, terão suas penas aumentadas.

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Um dos acusados pela investigação é Gustavo Henrique Pereira, apontado anteriormente como um dos principais transmissores de informação do PGC em Santa Catarina. Pereira, que está preso na Penitenciária de Blumenau, é suspeito de transmitir as ordens dadas pelos líderes da organização aos subordinados, repassando também as informações de baixo para os chefes.