O principal suspeito pelo homicídio do taxista no sábado de Carnaval (1º), em Florianópolis, foi identificado. Ele é suspeito de praticar outro assalto a motorista de táxi, dois dias antes. Sua prisão é uma questão de horas, já que é procurado pela polícia e por taxistas colegas da vítima.

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A violência a taxistas continua. Um foi espancado por recusar uma corrida e outro foi assaltado em São José. A categoria está se organizando para nova manifestação nesta quarta-feira (5). Taxistas contam que têm vivido dias de medo.

O principal suspeito de matar o motorista de táxi Robson Tiago Andrade, 30 anos, foi identificado pela Polícia Civil. Ele é suspeito de praticar um assalto com características muito parecidas com o que tirou a vida de Robson, dois dias antes do homicídio.

Neste crime, na quinta-feira (27), por volta das 5h15min, o suposto assassino de Robson também estava acompanhado de uma mulher com as mesmas características que a mulher que participou do latrocínio, no sábado (1º).

Na quinta, o casal pegou o táxi em Capoeiras e seguiu até a Vila Aparecida. Chegando lá, o homem colocou a faca no pescoço do taxista e roubou um celular e dinheiro. O taxista não ficou ferido.

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Uma pessoa cuja participação na morte de Robson foi descartada pela Delegacia de Homicídios e que conhece o suspeito, repassou informações sobre ele à polícia e aos taxistas que estão em busca do homem que tirou a vida de seu colega.

Traficantes da região também têm motivos para a prisão do suspeito. O suposto assassino do taxista ficou devendo dinheiro para o tráfico de drogas do Morro da Caixa, no Continente. E por causa do crime, taxistas tem se recusado a subir morros.

– Falamos que não vamos mais subir morro para levar morador ou gente que quer comprar drogas – contou um taxista que preferiu o anonimato.

O suspeito de matar Robson a facadas estaria escondido na região. Ele seria usuário de drogas e não teria dinheiro para fugir para outra cidade. O homem seria negro e teria no braço esquerdo uma tatuagem.

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Procurado como o autor do crime, ele andaria pela região da Vila Aparecida e do Morro da Caixa. O homem seria jurado pelos irmãos porque teria agredido fisicamente a mãe, que teria expulsado ele de casa por causa das agressões e dos pequenos furtos para comprar drogas.

A mulher suspeita de estar junto no crime seria loira e baixa. Ela também seria usuária de drogas.

Violência continua

Três dias depois da morte de Robson Andrade, na marginal da Via Expressa, quase na entrada da Vila Aparecida, um taxista foi espancado no ponto da Rua Francisco Tolentino, onde Robson trabalhava. O motorista se preparava para voltar para casa, ao lado da mulher, quando foi abordado por cinco homens, pouco depois da 1h desta terça-feira (4).

– Os marginais queriam uma corrida. O motorista falou que estava indo embora e foi puxado para fora do táxi. Rasgaram a roupa dele e o deixaram só de cueca. A esposa ficou apavorada. Ele correu para dentro do carro e saiu batido com a mulher. Ligou o rádio e pediu emergência. Achamos que ele tinha sido roubado e ficamos procurando pelas ruas – contou um colega da vítima, que preferiu não se identificar.

Conforme o colega, a vítima foi direto para casa e não deve ter registrado ocorrência. Na Central de Plantão Policial (CPP) não havia nenhum registro.

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– Estamos com os nervos à flor da pele diariamente. Nossas famílias estão com medo. Está muito complicado trabalhar. Por isso vamos fazer mais uma manifestação amanhã (5) para pedir segurança. Não podemos deixar a morte do nosso colega impune – disse o motorista de táxi.

Outro assalto a táxi foi registrado em São José. O crime ocorreu nesta terça-feira (4). O motorista não ficou ferido.

Taxistas se recusam a subir morros

O mesmo taxista que falou sobre o caso do colega espancado, contou do risco que correu na noite desta segunda (3). Ele pegou dois casais de jovens com destino à Avenida das Torres, em São José. Chegando lá, um deles disse que não tinham dinheiro.

– Tive que subir na bocada para ele pegar dinheiro com o traficante. Temos que recusar corrida, mas quando recusamos podemos ser espancados – desabafou o taxista.

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Para ele, mais vale voltar mais cedo para casa e deixar de ganhar R$ 100 a mais do que perder tudo ou até a vida.

Outro taxista que trabalha no Centro viveu esse tipo de pressão em plena manhã desta terça-feira de Carnaval. Três homens pediram para fazer uma corrida para o morro, às 10h.

– Que morro vocês querem ir? – perguntou o motorista.

– No morro ali perto do Bistek – disse um dos três.

– Mas não tem Bistek aqui perto.. – respondeu o motorista.

– Embarca aí que a gente te mostra – falou o homem.

– Não tem essa não. Sai fora. Aqui ninguém leva para pegar droga no morro. E não apareçam mais. Está todo mundo ligado – disse o motorista.

Quatro taxistas se aproximaram prontos para intervir. Os três homens foram embora. Um deles voltou depois e contou que os outros dois estavam armados com faca, tipo de arma mais usada em assaltos à taxistas recentemente.

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– Florianópolis está infestada de bandidos e craqueiros – falou o motorista.