O delegado regional de Itajaí, Ângelo Moreno Cintra Fragelli, e o diretor de Polícia do Litoral, delegado José Celso Correa, se reuniram nesta segunda-feira e decidiram afastar o policial civil Luciano de Miranda, um dos denunciados pelo Ministério Público à Justiça na Operação Parada Obrigatória I, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no em julho do ano passado . O policial Luciano da Hora, que também foi denunciado, permanece em função administrativa.
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De acordo com Fragelli, como Miranda trabalhava na Central de Plantão Policial, no atendimento ao público e registro de boletins de ocorrência, optou-se pelo afastamento dele. A medida deve começar a valer a partir de hoje.
– Tínhamos conhecimento de que havia uma investigação, mas quando veio à tona a denúncia do Ministério Público optamos pelo afastamento, até pelo contato que ele tem com a população. O outro denunciado já estava em função administrativa e que não interfere no trabalho da polícia – afirma.
A juíza Sônia Moroso Terres, responsável pela 1ª Vara Criminal de Itajaí, determinou ainda que a Corregedoria da Polícia Civil fosse comunicada sobre o caso.
Policiais seriam sócios de empresa de segurança
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A denúncia que envolve os policiais civis Luciano de Miranda e Luciano da Hora foi desmembrada da ação proposta pelo Ministério Público através de determinação da Justiça. Essa ação diz respeito à suposta propriedade dos policiais sobre a empresa de segurança Viaseg – o que é proibido pelo estatuto da corporação. De acordo com a denúncia, eles teriam usado “declarações falsas” e forjado alterações societárias para esconderem que eram, de fato, os donos da Viaseg, junto com o empresário Robson Oliveira.
Na denúncia, o promotor Ary Capella Neto afirma ainda que os policiais também teriam privilegiado a investigação de casos que envolviam clientes. Hora foi denunciado por falsidade ideológica e advocacia administrativa e Miranda pelos crimes de falsidade ideológica, advocacia administrativa e corrupção passiva.
CONTRAPONTOS:
Luciano da Hora
O policial informou que não faz mais parte da Viaseg e que quando foi sócio da empresa solicitou licença da Polícia Civil. Segundo ele, o estatuto da corporação não proíbe os policiais de serem sócios de um negócio, apenas de trabalhar no local. Ele também negou a acusação de que teria favorecido clientes da Viaseg. Hora explicou que quando recebeu informações sobre um possível assalto em uma empresa cliente comunicou o fato, caso contrário, estaria prevaricando.
Luciano de Miranda
A reportagem tentou contato com o policial, mas não foi possível localizá-lo até a noite desta segunda-feira.
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