A Polícia Civil de Joinville, por meio da 3ª Delegacia de Polícia, instaurou inquérito para investigar a denúncia de fraude em pensão do Instituto de Previdência do Estado de Santa Catarina (Iprev), que provocou um prejuízo de R$ 441 mil aos cofres públicos e foi publicado com exclusividade pelo jornal “A Notícia” em novembro. O delegado Leonardo Marcondes Machado é quem está conduzindo a investigação. Ele recebeu um boletim de ocorrência que havia sido registrado na 2ª DP, no bairro Fátima, e um expediente do próprio instituto solicitando investigação da polícia.

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– Uma pessoa que foi responsável pela denúncia junto ao Iprev já foi ouvida. A partir de agora, vamos oficiar o Iprev para que encaminhe alguns documentos que precisam ser periciados e vamos começar a ouvir os envolvidos – destacou Marcondes.

O Iprev também deve concluir nos próximos dias a sindicância aberta para apurar como a pensão de João José Perini continuou sendo paga durante dez anos após a morte dele. A comissão de sindicância do Iprev investiga ainda se houve envolvimento de servidores da agência de Joinville no golpe. Os funcionários ouvidos disseram não se lembrar do pensionista em questão e confirmaram que os procedimentos para recadastramento foram respeitados.

Iprev quer o dinheiro de volta

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O presidente do Iprev, Adriano Zanotto, pretende recuperar o dinheiro do instituto após a identificação dos responsáveis.

– Precisamos pegar o dinheiro de volta – destacou Zanotto na época em que denúncia foi feita.

Para evitar que este tipo de caso volte a ocorrer, Zanotto disse que já está em fase de licitação a implementação de um sistema totalmente informatizado. A iniciativa, segundo ele, já havia sido tomada antes da denúncia. O novo sistema prevê mudanças no modo de recadastramento que, possivelmente, não será mais por meio de assinatura e sim por biometria (captação de imagem da impressão digital).

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Cadastro foi renovado por dez anos

O pensionista João José Perini morreu em 2002, porém a pensão continuou sendo depositada até 2012. Durante esses dez anos, uma pessoa refez o cadastro anual no Iprev e sacou o dinheiro. Segundo o instituto, o valor inicial aproximado da pensão era de R$ 3 mil. Nos últimos meses, a pensão chegou a R$ 7 mil mensais. Para atualizar o cadastro, o pensionista precisa ir pessoalmente a uma agência do órgão. Segundo o Iprev, a pensão continuou sendo paga porque a morte não foi comunicada.

O óbito do pensionista só foi registrado em 2012 por uma das filhas dele. A justificativa no pedido de óbito tardio feito em juízo é de que um cunhado ficou responsável por fazer o registro no cartório, mas acabou esquecendo e isso só foi descoberto quando esse mesmo cunhado morreu e precisou ser enterrado no jazigo da família.