– Poderia ter sido eu – desabafou o taxista que fez uma corrida para o suposto autor do assassinato do taxista Miguel Ramos Martins, de 49 anos, 15 minutos antes do crime.

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O taxista, que preferiu não se identificar, pegou Damião da Silva Santos Lago, de 23 anos, e mais três mulheres em um ponto de ônibus na avenida Juscelino Kubitscheck, no Centro de Joinville, por volta das 23h45 de domingo (2). O destino da corrida era o bairro Itinga, em Araquari, mas os passageiros desceram antes.

– Durante o trajeto, alguém me chamou pelo rádio e eu falei brincando: “ainda bem que a gente é monitorado. Não sei se eles ficaram com medo mas, em seguida, pediram para ficar no Vera Cruz. Eu falei que a festa já tinha acabado, mas eles insistiram em entrar – explicou.

A corrida até a Sociedade Vera Cruz, no bairro Floresta, deu R$ 19. Assim como fez com Miguel, Damião também tirou uma nota de R$ 100 para pagar a despesa, no entanto como o taxista tinha troco, não houve problemas. Como os passageiros iriam pegar novamente o táxi para ir embora, o motorista conversou cerca de 10 minutos com Miguel, que estava no mesmo ponto que ele, em frente à casa noturna.

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– Depois disso eu fui até a minha casa rapidinho, que fica ali perto do Vera. Antes de sair, eu ainda falei para o Miguel que aqueles passageiros eram meus. O carro dele era o primeiro da fila, mas como eu já tinha trazido eles, eu queria faturar mais uma graninha – contou.

No entanto, quando o taxista voltou o carro de Miguel não estava mais no ponto, nem os passageiros, que ficaram bebendo em frente à casa noturna.

– O Miguel ainda me chamou uma vez no rádio. Depois fiquei sabendo que a Central tentou contato umas cinco vezes, mas ele não respondeu. Logo eu fiquei sabendo da notícia – falou.

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