Os policiais militares baianos decidiram continuar em greve mesmo após a desocupação da Assembleia Legislativa, em Salvador, no início da manhã desta quinta-feira. Centenas de PMs reuniram-se em um ginásio pertencente ao sindicato dos bancários, localizado na Ladeira dos Aflitos, no bairro Campo Grande.
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O grupo pede anistia total e imediata a todos que participaram da mobilização e revogação da prisão preventiva a 12 líderes do movimento – dos quais cinco já foram detidos. Além disso, eles querem o pagamento imediato da Gratificação de Atividade Policial (GAP) 4.
Para eles, o fato do líder da revolta, o ex-policial Marco Prisco, ter se entregado não significa uma derrota.
O grupo espera juntar, até o final do dia, 3 mil manifestantes no ginásio.
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Confira na linha do tempo, o histórico da greve dos PMs baianos:
31 de janeiro

Após assembleia de uma das nove associações que representam a categoria, PMs entram em greve por tempo indeterminado na Bahia. O governo não reconhece o movimento.
1º de fevereiro

Por meio de liminar, a Justiça decreta a ilegalidade da greve de policiais militares. Começam a chegar a Salvador contingentes da Força Nacional de Segurança e do Exército para atuar no policiamento. Policiais em greve entram em confronto com militares em exercício.
2 de fevereiro

Salvador registra alta do número de assassinatos e de ataques ao comércio. Shows são cancelados e lojas fecham com a onda de violência.
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3 de fevereiro

Pelo menos cinco lojas de eletrodomésticos foram saqueadas em bairros centrais de Salvador. Segundo testemunhas, grupos grandes de mais de 30 pessoas, a maioria encapuzada e algumas armadas, promoveram o arrombamento e o furto de mercadorias dos estabelecimentos que estavam fechados na hora dos ataques.
4 de fevereiro

O governador da Bahia, Jaques Wagner, diz que os PMs em greve promovem um “banho de sangue” para amedrontar a população baiana. Manifestantes continuam com onda de saques e incendeiam lojas.
5 de fevereiro

Um dos 12 policiais grevistas que tiveram a prisão decretada pela Justiça é detido. O PM é suspeito de formação de quadrilha e roubo de um carro da corporação. O Exército usa blindados Urutu para patrulhar as ruas de Salvador.
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6 de fevereiro

Invadida por grevistas, a Assembleia Legislativa da Bahia é cercada por tropas do Exército. A luz é cortada no local, e manifestantes e militares entram em confronto.
7 de fevereiro

Reunião entre policiais e governo termina sem acordo. Polícia Federal prende segundo líder da greve da PM na Bahia.
8 de fevereiro

Enquanto o governador Jaques Wagner e empresários se comprometem, respectivamente, em aumentar a negociação para o fim da greve e em garantir a realização do Carnaval, conversas gravadas entre chefes de PMs causaram polêmica. Os áudios mostravam que seriam realizadas ações de vandalismo em Salvador.
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