O anúncio oficial do desembarque do PMDB do governo Dilma Rousseff chega cerca de duas semanas após as lideranças da sigla em Santa Catarina anunciarem a entrega de cargos federais ocupados por catarinenses. Para integrantes do partido no Estado, o anúncio deve incentivar outras legendas da base a também abandonarem o governo.

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— A decisão foi rápida porque não foi tomada agora, mas após várias discussões que estão ocorrendo dentro do PMDB e também no Brasil sobre o futuro do país. O atual governo tem problemas sérios e acreditamos que apenas uma mudança profunda pode ajudar o país a sair dessa crise — disse o presidente da legenda em SC, deputado federal Mauro Mariani.

O senador Dario Berger também participou da reunião e justificou o desembarque do PMDB criticando as ações do governo Dilma, principalmente por causa da atual crise econômica. Além disso, disse que há uma falta de confiança na atual presidente.

— O governo Dilma há muito tempo demonstra que não tem capacidade para tirar o país dessa situação de crise econômica e política. O PMDB está tomando uma decisão corajosa e informando que vai defender um novo projeto para o Brasil — afirma o senador.

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Catarinenses foram os primeiros a entregar cargos

O dominó da retirada do PMDB do governo Dilma teve o primeiro passo no dia 14 de março, com o anúncio dos peemedebistas catarinenses de entregarem cargos em órgãos federais. O ex-deputado Djalma Berger e o ex-governador Paulo Afonso Vieira anunciaram a saída dos postos de presidente e diretor da Eletrosul, respectivamente, enquanto o ex-secretário estadual Vinícius Lummertz entregou o cargo de diretor da Embratur. Logo depois, lideranças do Espírito Santo, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais tomaram o mesmo caminho.

Para o peemedebista Eduardo Pinho Moreira, vice-governador de SC, o posicionamento dos catarinenses foi importante para a retirada gradual da sigla do governo Dilma. Ele ainda falou sobre o possível apoio de outros partidos.

— O PMDB está assumindo um papel vital na vida dos brasileiros. Acredito que outros partidos devem fazer o mesmo movimento nas próximas semanas. Já temos indicações de deputados catarinenses de outros partidos assumindo um posicionamento favorável ao impeachment, por exemplo — diz o vice-governador.

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A presidência da Eletrosul foi ocupada por Márcio Zimmermann, que também era ligado ao PMDB, mas já entregou pedido de desfiliação ao partido, segundo a assessoria do diretório estadual do partido. O único integrante da legenda ainda em cargo federal é Adenor Piovesan, atual superintendente estadual da Funasa. Mariani, informou que ele deve ser substituído do cargo com a mudança da presidência do órgão federal de Saúde. Piovesan não foi encontrado para falar sobre o assunto.