O policial militar que atirou contra Anderson de Matos, 32, na manhã de quinta-feira na Palhoça quando auxiliava em uma internação compulsória está afastado para receber atendimento psicológico e será investigado em dois inquéritos policiais – um da Polícia Civil e outro da Militar.
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Segundo o Capitão Ayres Pilonetto, o afastamento para tratamento é uma conduta de praxe para oficiais que participam de uma ocorrência em que pode haver “abalo psicológico”
– O acompanhamento psicológico é um procedimento da Polícia Militar para saber se a ocorrência vivida por comprometer a atividade policial. Isso pode ser feito quando o policial passa por um acidente grave, ou a morte de um colega ou a morte de um civil durante um ação – explica.
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Não há previsão para o policial retornar ao trabalho. De acordo com o comandante em exercício do 16º Batalhão da Polícia Militar, major Valério Francisco Silva, a liberação é feita por um aval do psicólogo que o está atendendo.
– A partir de uma autorização do psicólogo, ele poderá voltar para o quartel.
Reforços do 16º Batalhão da Polícia Militar de Palhoça foram chamados para auxiliar na internação compulsória de Anderson de Matos na Colônia Santana. De acordo com a família, o homem foi diagnosticado com esquizofrenia aos 19 anos e nesses 13 anos foi internado 13 vezes. O homem fugiu quando avistou o Samu e a Polícia Militar e fugiu para o final da rua no bairro Arirú. Lá, um PM atirou e a bala matou Anderson no local.
Dois inquéritos serão abertos sobre o caso
Para averiguar as circunstâncias da morte de Anderson de Matos, dois inquéritos serão instaurados – ambos parte dos procedimentos das Polícias. O da Polícia Militar ainda não foi aberto, mas segundo o major Valério Francisco Silva isso deve ocorrer “logo”.
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– Não podemos julgar ninguém sem saber o que ocorreu e sem o devido processo legal. Ele será instaurado nos próximos dias e ai ele e os outros policiais envolvidos podem ser intimados para prestar depoimento.
O da Polícia Civil é instaurado toda vez que uma ocorrência policial termina na morte de um civil. Ainda na quinta-feira, o PM envolvido na morte foi ouvido na Delegacia de Polícia de Palhoça e a arma supostamente utilizada foi apreendida para testes de balística.