Procurar fuzis, armas pequenas e drogas da organização criminosa envolvida na morte do policial militar Vinícius Alexandre Gonçalves, 31 anos, era o objetivo da operação desencadeada pela Polícia Militar no Morro do Horácio, em Florianópolis, na manhã desta sexta-feira. A ação terminou com um homem morto e, conforme o comando do 4º Batalhão da PM, ele reagiu à abordagem dos PMs.

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Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão. As ordens foram expedidas ainda em setembro pelo juiz Rafael Brüning, da Vara do Crime Organizado da Capital, depois da morte do PM Alexandre. Elas não foram cumpridas naquele mês porque o setor de inteligência da PM verificou na época a suposta fuga dos criminosos para cidades da região com armas e drogas.

Os mandados então foram revalidados pela Justiça a pedido do Ministério Público de SC a partir da informação do retorno deles ao morro e então o comando do 4º Batalhão realizou a ação. O homem que morreu no confronto, segundo a PM, é Fabrício Pires da Rosa, o Bibi, 27 anos. Fabrício é citado pela PM como gerente do tráfico e desenvolveria apoio às lideranças criminosas, tendo passagem por tráfico de drogas.

— Ele reagiu com três tiros contra a guarnição. A gente lamenta a morte, não era o pretendido pela operação — disse o tenente-coronel Marcelo Pontes, comandante do 4º Batalhão, informando que foi apreendido um revólver com o suspeito que morreu (quatro munições estavam intactas e três deflagradas).

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A PM prendeu Émerson Luiz Batista, o Potinho, foragido por tráfico. Outras duas pessoas assinaram termos circunstanciados por porte de droga e resistência. Foram apreendidos além da arma, um radiocomunicador, uma balança, 77 chips de celular, 76 gramas de maconha e objetos que seriam de furtos e roubos.

A principal intenção da operação era apreender fuzis, cuja suspeita é que tenham sido usados por criminosos na troca de tiros que causou a morte do policial militar Vinícius Alexandre Gonçalves, em setembro — os armamentos pesados não foram encontrados.

A PM informou que continuará em busca de suspeitos que estão foragidos com mandado de prisão decretado, um deles é Fabrício da Rosa, 30 anos (homônimo ao suspeito que morreu nesta sexta-feira) e apontado como líder do tráfico na boca da lixeira, que não foi encontrado.

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Famílias expulsas

A apuração policial incluiu mapeamento pela PM dos locais alvos, que são olheiros, soldados e gerentes do tráfico. Entre eles há uma mulher e um adolescente que teria expulsado famílias moradoras do morro a mando de traficantes. O Horácio fica na Agronômica, no Maciço do Morro da Cruz e nos últimos anos enfrenta graves problemas com a criminalidade.

Policial Militar morre após confronto no Morro do Horácio, em Florianópolis

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