A Prefeitura de Florianópolis lançou nesta quarta-feira o Plano de Ação Florianópolis Sustentável, que envolveu etapas de diagnóstico, priorização de áreas e o desenvolvimento de soluções sobre os desafios de desenvolvimento de médio e longo prazo da cidade.

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Com base nos estudos realizados, o Plano de Ação está fundamentado em cinco eixos principais, de acordo com seu nível de necessidade: mobilidade urbana, gestão integrada do saneamento básico, uso do solo, vulnerabilidade a desastres, e gestão pública moderna.

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Além deles, o Plano também faz uma série de propostas intersetoriais tendo por base a eficiência energética e o uso de energias renováveis. A gestão integrada do saneamento básico e abastecimento de água, por exemplo, foram considerados temas que requerem mais atenção da administração municipal, visto que tendem a se agravar seriamente nos próximos anos.

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A metodologia usada no plano foi a da Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentáveis (ICES), com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Caixa. Com o lançamento desta quarta, Florianópolis está na terceira fase do plano (antes vieram a preparação e a pesquisa). A quarta e quinta fase são as de elaboração de projetos e conquista de verbas para colocar as obras em prática.

Pontos que precisam melhorar

Lixo: coleta de resíduos sólidos atende 100% da população, mas apenas 5% do coletado é de lixo reciclado.

Saneamento básico e água: as perdas no sistema de abastecimento de água potável em Florianópolis somam aproximadamente 45%, sendo que 10% são atribuídas às perdas de faturamento (aparentes) e 35% atribuídas a perdas físicas ou reais. Esses problemas são mais fortemente sentidos em épocas de alta temporada de verão, com a chegada dos turistas.

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Uso e ocupação do solo: em 2010, aproximadamente 60% do território de Florianópolis estava fora do perímetro urbano. Desse total, somente 4% estava em áreas dedicadas ao uso rural e 27% em áreas ambientais legalmente protegidas.

A área rural cresceu 24%, enquanto a urbana teve um incremento de 82%. As alterações de perímetro urbano verificadas no período 1995/2010 indicam uma taxa de crescimento anual de 4,14% .

O diagnóstico aponta que 44,42% da área urbanizável é irregular. A urbanização clandestina em profusão acabou criando uma falta de destinação de áreas verdes e institucionais. O município tem hoje cerca de 1,11% das zonas urbanas destinadas a áreas verdes, quando deveria ter pelo menos 10% no distrito sede e 20% nos demais distritos.

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Transporte e Mobilidade: taxa de motorização de 2,32 pessoas por automóvel. Comparando-se esse valor com média nacional de 4,4 e dos EUA de 2,4, observa-se que a média de Florianópolis está bem abaixo.

Pesquisas desenvolvidas pela equipe responsável pelo Plamus – Plano de Mobilidade Urbana Sustentável para a Grande Florianópolis (SCPar), com resultados parciais divulgados em 28 de novembro de 2014, mostram que 172.200 veículos e 25.500 motocicletas cruzam as pontes todos os dias e que 75% dos veículos que ocupam a ponte Colombo Salles no horário de pico são carros.

Eles ocupam 90% da capacidade da ponte e transportam cerca de 11 mil pessoas, enquanto os ônibus representam apenas 3% dos veículos e ocupam 1% da capacidade da via para transportar aproximadamente o mesmo número de pessoas: 10 mil passageiros.

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Vias de acesso à Florianópolis aproximam-se de sua capacidade máxima

Vulnerabilidade climática: Florianópolis se encontra sujeita a uma variedade de perigos como: inundação fluvial; inundação costeira e deslizamentos. Os perigos de inundação fluvial encontram-se, sobretudo, nas regiões de manguezais, lagoas e restingas do município, localizados nas planícies da porção insular de Florianópolis. Algumas delas já são áreas ocupadas, como o caso da Praia dos Ingleses.

As regiões mais susceptíveis às inundações costeiras em Florianópolis estão nas seguintes regiões da Ilha de Santa Catarina: norte (Jurerê, Canasvieiras e Ponta das Canas); leste da Ilha (Barra da Lagoa); centro sul da Ilha (Planície do Campeche); e sul da Ilha (Pântano do Sul).