A leitora Cleide Franciani da Silva, moradora do bairro Tapera, no sul de Florianópolis, é deficiente visual. Mesmo assim, ela conseguiu encontrar um problema no recém inaugurado posto de saúde do bairro que as pessoas que projetaram e executaram a obra não conseguiram enxergar. O piso tátil que leva à unidade, aquele em alto relevo que orienta os cegos, está levando o pedestre para fora da calçada.

Continua depois da publicidade

— Gostaria de relatar algo que me incomoda e me preocupa. No mês passado, a prefeitura de Florianópolis entregou a reforma do centro de saúde aqui do bairro, mas deixou um grave problema no piso guia que é utilizado por nós. O piso, da maneira que está, pode causar acidentes, pois guia os deficientes visuais para fora da calçada e sem nenhuma proteção.

Cleide contou que teve a oportunidade de conversar pessoalmente com o prefeito Gean Loureiro no local e, segundo ela, o político prometeu mandar solucionar o problema.

— Mas até agora nenhuma providência foi tomada. Gostaria que esse erro fosse corrigido — pede.

Continua depois da publicidade

O que diz a prefeitura

A Secretaria Municipal de Saúde informou à reportagem que o projeto de acessibilidade do centro de saúde da Tapera teve como normativa orientadora apostilas disponibilizadas pelo Ministério Público de SC e o Manual de Projeto e Execução Calçada Certa, elaborado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis.

“Entendemos que ao olhar do usuário algumas questões podem ficar incompletas, haja vista que na história da cidade aplicou-se por anos um padrão de calçadas que, apesar de pouco seguro e inadequado, a população habitou-se a ele”, pondera a Secretaria em nota.

Ainda de acordo com a prefeitura, o caminho do passeio público até a entrega da unidade foi refeito integralmente, e ao longo da rota entre calçada e unidade foram utilizados pisos táteis para indicar os locais de interesse público.

Continua depois da publicidade

“Na área da praça, por ser mais ampla, foi criada uma rota acessível desde o estacionamento até a entrada principal, com piso tátil guia definindo o caminho. Na área externa também foram identificados, sinalizados e adequados desníveis, rampas e travessias.

A secretaria salientou ainda que a reforma do centro de saúde da Tapera também recebeu outros tipos de sinalização como placas de sinalização tátil e visual em braile e alto relevo em todos os ambientes da unidade e instalação de alarme sonoro de emergência para pessoas com deficiência visual e auditiva nas rotas de fuga.

Veja todas as notícias sobre a Tapera na Hora de Santa Catarina

Leia mais

Primeira escola municipal da Tapera, no sul da Ilha, deve ser construída em dois anos

Jovens que espancaram suspeito de furto até a morte são encaminhados ao presídio