A Polícia Federal abriu inquérito para investigar a autoria do vazamento de 12 mil litros de óleo que possui substâncias cancerígenas em parte do Ribeirão da Ilha e Tapera, no Sul da Ilha de SC.

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A PF fará diligências em busca dos responsáveis pela contaminação na fauna e flora marinhos. Por causa do vazamento, foi proibida temporariamente a pesca de moluscos e peixes na região.

O óleo vazou de transformadores em uma subestação desativada da Celesc no bairro da Tapera, em Florianópolis, no último dia 19. A subestação fica dentro de um antigo centro de treinamento da Celesc e a área, aos poucos, está sendo cedida à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

De acordo com laudo da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), as águas de parte do Ribeirão da Ilha e Tapera, em Florianópolis, podem estar contaminadas com ascarel, produto químico cancerígeno proíbido no país desde 1981, causado pelo vazamento do óleo de transformadores do antigo Centro de Treinamento da Celesc.

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A investigação vai tentar esclarecer porque a Celesc não isolou a substação, o que teria impedido os vândalos de terem acesso ao local para furtar fio de cobre e tampa cromada, peças que retiradas ocasionaram o vazamento. A PF vai investigar também porque a Celesc não deu um fim apropriado ao óleo em vez de deixá-lo dentro dos transformadores.

De acordo com o diretor de Gestão Coorporativa da Celesc, André Bazzo, o terreno não é mais da empresa e sim da Universidade Federal de SC (UFSC). Conforme Bazzo, o contrato de permuta foi assinado e a transação autorizada em lei foi publicada no Diário Oficial. A UFSC informou que a permuta não foi efetivada.

O resultado do laudo solicitado pela Fatma, que aponta a presença do produto no canal de drenagem em direção ao mar, foi divulgado nesta segunda-feira pela Prefeitura de Florianópolis.

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A Fatma proibiu a extração de qualquer molusco e peixes em uma área de 730 hectares na região, considerada a principal produtora de ostras de Santa Catarina, líder no cultivo entre os estados do país. A medida é provisória.

Além dos riscos para a saúde das pessoas, caso as ostras, berbigões e peixes estejam contaminados, também existe o potencial degradação ambiental se o ascarel atingiu o solo do mangue na Tapera. Há suspeita de que a contaminação possa ter atingido o mar e a Reserva Extrativista Marinha de Pirajubaé.

De acordo com o presidente da Associação Catarinense de Aquicultura, Antônio Mello, os produtores ficaram chocados com a notícia e estão preocupados com os prejuízos, que ainda não foram estimados.

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