Em assembleias realizadas na manhã desta quarta-feira, os cerca de 600 trabalhadores das quatro unidades transportadoras da Petrobras em Santa Catarina – São Francisco do Sul, Guaramirim, Itajaí e Biguaçu – decidiram aceitar a nova proposta de reajuste salarial da empresa e anunciaram o encerramento da greve, que se estendia desde a última quinta-feira, dia 17.
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Os profissionais retomarão seus postos a partir da zero hora desta quinta-feira, segundo Adriano Norberto Flores, um dos dirigentes do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e de Santa Catarina (Sindipetro-PR/SC) no Estado. A volta ao trabalho deixa aliviados consumidores que temiam pela falta de combustíveis nos postos.
De acordo com o presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antonio de Moraes, além de Santa Catarina, os Estados de Amazonas, Paraná, Minas Gerais, São Paulo e algumas regiões do Rio de Janeiro, como a Refinaria Duque de Caxias, já realizaram assembleias e acabaram com a mobilização.
Apesar do fim da greve, os petroleiros catarinenses prometem uma nova mobilização a partir do dia 10 de novembro. Os trabalhadores vão reivindicar melhorias relacionadas à assistência médica. Flores alega que há falta de especialistas para atendimento e que não haveria reembolso de algumas despesas médicas. Ainda de acordo com o dirigente, o movimento deve acontecer apenas em Santa Catarina.
– A paralisação deverá durar 24 horas em todas as unidades, com expectativa de 100% de adesão – estima Flores, que lembra que trabalhadores das áreas de exploração e produção, que não aderiram à greve da última semana, também devem participar do movimento.
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Reajuste salarial de 8,56%
Na proposta apresentada pela Petrobras nesta terça-feira, 22, os trabalhadores, que chegaram a pedir reajuste salarial de 12,86%, com 5% de ganho real, aceitaram a proposta da empresa, de 8,56%, além de outros benefícios nas áreas de saúde e segurança do trabalho. Também ficou garantido que os grevistas não serão prejudicados pelos dias parados.
Moraes destacou ainda a criação de um Fundo Garantidor para funcionários terceirizados, que terá recursos previstos nos novos contratos da Petrobras com empresas terceirizadas. O objetivo é garantir aos trabalhadores das empresas direitos trabalhistas equivalentes aos funcionários da estatal, como férias, décimo terceiro salário e adicional de periculosidade, além de outros benefícios.
– Esses profissionais eram dispensados sem qualquer direito ao término dos contratos. Com esta questão, ajudamos a pautar a discussão sobre o Projeto de Lei 4.330, sobre a terceirização, que leva a uma precarização do trabalho. Como categoria, temos força para pressionar o governo – afirmou o presidente da FUP.
Mesmo sem o atendimento integral da lista de reivindicações, Flores avalia que o movimento foi bem sucedido, principalmente por colocar em pauta na sociedade o leilão do campo de Libra.
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