Pesquisadores da Universidade do Contestado, em Mafra, no Planalto Norte de Santa Catarina, descobriram fósseis de um lagarto de aproximadamente 15 centímetros que viveu há 80 milhões de anos.

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A descoberta foi publicada na edição de ontem da revista NATURE Comunication, uma das publicanções científicas mais importantes do mundo.

Os fósseis foram encontrados na cidade de Cruzeiro do Norte, no Paraná. O lagarto é um dos animais que compunham a fauna da região no período Cretáceo, que iniciou há aproximadamente 140 milhões de anos e durou até 65 milhões de anos atrás.

– Estamos conseguindo demonstrar como era a fauna da região na pré-história. Esse lagarto é considerado o representante mais antigo que se conhece nas Américas – disse o pesquisador Luiz Carlos Weinschütz.

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As escavações foram executadas pelos professores e alunos da Universidade do Contestado, mas a pesquisa tem a participação da Universidade de Alberta, do Canadá; e de uma equipe do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O pequeno réptil foi batizado de Gueragama sulamericana. Guera significa antigo; e agama, gênero feminino.

As escavações em Cruzeiro do Sul ganharam destaque no mundo todo desde o ano passado.

A descoberta do animal na América do Sul foi considerada de “extrema importância” porque é o primeiro registro de um exemplar de um determinado grupo de répteis, chamados acrodontes, que vivem ou viveram apenas nos continentes conhecidos como “velho mundo”.

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Além disso, os fósseis mais antigos de acrodontes têm cerca de 180-160 milhões de anos e foram encontrados na Índia. A descoberta de Gueragama sulamericana indica que a dispersão deste grupo de répteis pelo hemisfério Sul se deu muito antes do que se imaginava.

E, por último, considera-se que a origem da fauna de lagartos e serpentes da América do Sul continua um mistério, já que não há muitas pesquisas em andamento. Segundo os pesquisadores, os gueragama provavelmente viviam em tocas durante boa parte do dia.

No ano passado, os pesquisadores Centro Paleontológico da UNC (Cenpaleo) também informaram ao mundo a descoberta de um pterossauro no mesmo sítio de Cruzeiro do Oeste, o Caiuajara dobruskii, que foi tema de reportagem especial de A Notícia.

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