Cientistas e pesquisadores de aids estavam no Boeing 777 que caiu na região ucraniana de Dontesk, que é controlada por rebeldes pró-Rússia. Segundo o jornal britânico The Guardian, o grupo ia para a Conferência Internacional de Aids em Melbourne, no sudeste da Austrália.

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Inicialmente divulgou-se que seriam 100 peritos a bordo do voo MH17. No entanto, neste sábado, a Sociedade Internacional de Aids confirmou que seis especialistas morrerram no acidente. Entre os pesquisadores, estaria o holandês Joep Lange, importante pesquisador da área e presidente da entidade entre 2002 e 2004.

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Lange, 60 anos, também foi professor de medicina na Universidade de Amsterdã e se especializou em medicamentos para tratar o vírus HIV. Ele era conselheiro sênior do Centro Internacional de Avaliação Antiviral Therapy, em Amsterdã. Em um comunicado, a universidade disse que “Joep era um homem que não conhecia barreiras” e afirmou que o médico era “uma grande inspiração para todos que faziam algo sobre a tragédia da aids”.

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Ainda nos anos 1990, Lange alertava para a necessidade de combater o HIV por meio de terapia combinada – o que ficou conhecido como “coquetel” -, descartando a eficácia de combater o vírus com um único agente terapêutico. Em 2003, após um estudo em Ruanda e Uganda, ele descobriu que as chances de bebês contraírem o HIV de mães soropositivas caía a menos de 1% se eles recebessem drogas antirretrovirais nas primeiras semanas de vida.

Um dos focos do trabalho de Lange era garantir tratamento em países em desenvolvimento. Em 2001, ele fundou a “PharmAccess Foundation” em Amsterdam com o objetivo de tornar acessível a terapia para o HIV em países da África e da Ásia.

O avião levava 298 pessoas – deste, 15 pessoas faziam parte da tripulação, todos eram malaios. Entre os passageiros, pelo menos 154 holandeses, 27 australianos, 23 malaios, 12 indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense. Algumas pessoas que estavam a bordo ainda não tiveram a nacionalidade divulgada.

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