O pescador Aparício Inácio, 77 anos, ainda não conseguiu voltar ao local na praia do Campeche, onde durante toda sua vida esteve seu rancho de pesca destruído em um incêndio no último sábado.

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Incêndio em rancho de pescadores no Campeche pode ser criminoso

– O coração não aguenta. Quando vi aquele fogo alto, minha pressão subiu, fiquei muito triste. Não sei como vai ser quando eu voltar lá – lamentou.

Ainda inconformado, Aparício e outros pescadores vão se reunir na noite de quarta-feira com lideranças locais, comunidade e representantes da Prefeitura de Florianópolis para viabilizar a reconstrução do rancho que abrigava duas canoas feitas com madeira de garapuvu, âncoras, redes e coletes salva-vidas, um prejuízo material avaliado em cerca de R$ 100 mil, sem contar o emocional:

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– Vivemos tantas coisas ali. Na época da tainha ficávamos todos reunidos, esperando. Isso é irreparável, todos os pescadores que trabalham juntos, pessoas que dependem disso para viver – disse.

Indícios apontam para incêndio criminoso

Aparício registrou boletim de ocorrência na 2ª Delegacia de Polícia do Saco dos Limões, que está investigando o caso. Ele e outros responsáveis pelo rancho têm motivos para acreditar que o incêndio foi criminoso, mas preferem não dizer nomes:

– Espero que a Polícia faça o trabalho dela e prenda quem fez isso – disse.

Segundo o setor de investigações da 2ª DP, existem indícios de que o incêndio foi criminoso e atualmente estão sendo ouvidos testemunhas, pescadores e outras pessoas que possam levar ao autor. De acordo com um dos investigadores, também é preciso aguardar a conclusão do laudo do Instituto Geral de Perícias, pois apesar de o rancho não possui eletricidade, existia um gerador no local. Possivelmente na sexta-feira a Delegacia deve ter novidades sobre o caso.

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