Um grande barulho seguido de um tremor que veio do chão são os principais relatos de quem sentiu o pequeno terremoto com 3,5 de magnitude na madrugada desta segunda-feira. O Observatório Sismológico, da Universidade de Brasília (UnB), confirmou o fenômeno próximo da divisa de Guaramirim e Schroeder, que foi perceptível para as pessoas por três segundos. Para quem sentiu o fenômeno, porém, a impressão foi mais duradora: moradores afirmaram que foram dez segundos de tremor.

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O comandante do Corpo de Bombeiros de Guaramirim, Ildemar Alves Lisboa, que mora no bairro Amizade, conta que sua esposa saiu para trabalhar às 4 horas. Depois de 30 minutos, ele ouviu um barulho similar a uma grande trovoada. No primeiro momento, pensou em desligar os eletrodomésticos mas quando a cama começou a tremer sentiu que era algo diferente.

– Ao chegar na corporação às 7 horas, os bombeiros de plantão comentaram que também sentiram o tremor e que trabalhadores que estavam no ponto de ônibus próximo da sede ficaram assustados com o que ocorreu – afirma.

Além de Ildemar, a moradora do bairro Amizade Sirlei Valentini Zolet, que trabalha no primeiro turno de uma fabrica, ouviu um estouro forte quando tomava café da manhã. Como Ildemar, também achou que poderia ser uma trovoada.

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– Começou tudo a tremer. Fiquei sem saber o que era e como agir, pois não estamos preparados para situações de catástrofes naturais – explica Sirlei.

O comandante ressalta que em um publicação na rede social, Facebook, diversas pessoas de Guaramirim e Jaraguá do Sul também relataram que perceberam o fato.

População pode ficar tranquila

No final da tarde desta segunda-feira, a Secretaria Municipal da Defesa Civil (Sedef) recebeu do Governo do Estado um relatório do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) que confirmou o fenômeno, bem como sua intensidade de 3,5 graus.

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Segundo o professor e pesquisador da UnB, George Sand de França, o epicentro do tremor ocorreu a 18 quilômetros de Joinville, na região próxima à divisa com Schroeder entre as localidades de Rio do Julho e Santa Luzia.

– Na escala que foi o terremoto não chega causar prejuízos para a população. É possível sentir apenas alguns segundos. No Brasil, não temos terremotos grandes como ocorre no Chile – explica França.

Não é a primeira vez que ocorre tremores na região. Em 2010, tremores foram sentidos na localidade Tifa Theilacker, no bairro Três Rios do Norte, em Jaraguá. Na época, a Defesa Civil descartou a hipótese de terremoto e trabalhou com a com a tese de acomodação do solo por conta das chuvas. Na ocasião, foram três dias de tremores em que algumas famílias tiveram que deixar suas casas. Em Pirabeiraba, foram 11 tremores em menos de 24 horas no ano de 2012, também em função da acomodação do solo.

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– A população pode ficar tranquila, pois são eventos rápidos. Não temos como prever quando ocorrerá novamente, mas posso afirmar que serão dessa magnitude ou menor que isto.

Segundo França, pode ocorrer tremores em um período curto definido de pós-abalos, mas, talvez, a população não sinta.