Um dia depois dos tremores sentidos na localidade Tifa Theilacker, no bairro Três Rios do Norte, população permanece com medo. Principalmente, depois que dois novos tremores foram sentidos no fim da tarde e por volta das 22 horas de segunda-feira. Na madrugada eles já haviam passado por quatro horas de pânico quando quatro tremores e estrondos foram presenciados.

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A Defesa Civil descartou a hipótese de terremoto ainda na tarde desta segunda e trabalha com a tese de acomodação do solo por conta das chuvas dos últimos dias.

– Choveu muito e o solo está encharcado. Além disso, os lençóis freáticos estão cheios de água. Isso faria com que a terra se mexesse provocando o fenômeno sentido pelos moradores -, afirma Ronis Bosse, engenheiro da Defesa Civil.

Para o lavrador Roseno Santos da Cruz, 54 anos, que mora há 22 anos na mesma região, os últimos dois tremores foram fracos.

– Não fiquei com medo porque não adianta nada se assustar sem saber o que é. Só achei o estrondo mais alto e o tremor mais fraco -, disse. Ele conta que os filhos e a mulher está com medo, mas que não tem planos de deixar a casa.

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A dona de casa Vera Lúcia de Ávila Pereira, 58 anos, nem chegou a sentir os tremores na madrugada de segunda-feira. Somente na noite de segunda foi que ela percebeu o tremor e ouviu um barulho.

– A casa estremeceu um pouco sim e ouvimos um barulho. Depois disso nem dormi mais porque fiquei com muito medo -, afirmou ela que não pretende sair de casa e é vizinha dos dois filhos.

– Eles moram aqui perto com as famílias e todos ficamos juntos quando ouvimos o barulho -, contou.

Entretanto, as outras famílias das 37 que vivem no local – e totalizam cerca de 150 moradores – não pensam da mesma maneira. Muitos já haviam abandonado as casas na manhã desta terça e estavam hospedados na residência de parentes.

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– O medo faz com que todos acabem saindo de casa -, conta o pedreiro Osni Fernandes, 61 anos. Na noite de segunda-feira, depois da insistência da mulher, ele acabou passando a noite na casa do cunhado, mas logo pela manhã já estava de volta em casa.

– Não tenho medo, mas as pessoas falam tanta coisa que minha mulher fica apreensiva. Acho que hoje dormiremos aqui novamente -, disse.

Na tarde desta terça a Defesa Civil fez novas visitas nas casas e aconselhou os moradores que estivessem se sentido desconfortáveis a sair de casa. A determinação é preventiva enquanto não se sabe ao certo o que está causando os tremores e estrondos.

– Até agora o que sabemos é que foi mesmo uma acomodação do solo, mas passamos o dia analisando dados coletados e vamos emitir um diagnóstico o quanto antes -, disse o diretor da Defesa Civil, Jair Alquini, que esteve reunido com técnicos do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Centro de Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (Ceped).

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