A iniciativa do Complexo Penitenciário da Canhanduba, em Itajaí, de promover casamentos coletivos vai entrar para o calendário anual da unidade. Será sempre em maio, o mês das noivas, segundo a assistente social Debora Silveira Viana, uma das organizadoras do evento, realizado pela primeira vez no ano passado.
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Segundo ela, promover a cerimônia é dar um voto de confiança aos detentos com bom comportamento e possibilitar que tenham acompanhamento religioso. Neste ano, o evento foi promovido dia 27 de maio e reuniu cinco casais, entre eles Robson Ferreira do Nascimento, 30 anos, e Maria Gislaine Oliveira Diniz, 23, que já vivem em união estável há cinco anos.
_ Casar e saber que continuarei aqui é difícil, mas sei que compensa. Quero tocar a vida pra frente _ comenta Nascimento. A preparação para a cerimônia, vista como uma forma de ressocialização, que reuniu outros quatros casais começou no início do ano, quando a penitenciária e os familiares dos presos separaram os papéis necessários. Alguns detentos tiveram de refazer documentos que já não tinham mais.
Os custos foram pagos pela Montesinos, empresa que administra o complexo, com apoio da promotora Cristina Motta, presidente do Instituto de Estudos e Pesquisas sobre Violência e Criminalidade de Itajaí (Iepes) e responsável pelo aluguel dos ternos para os presos. Conforme o Departamento de Administração Prisional (Deap), já foram feitos casamentos em outras prisões de Santa Catarina, mas Itajaí é pioneira em organizar cerimônias coletivas.
Além de familiares e profissionais da penitenciária, a cerimônia reuniu pastores e um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
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