O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, vai levar adiante hoje, na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), a resolução para tornar a palestina um “Estado observador não membro” da organização – uma vitória diplomática que poderá acarretar represálias de Israel e dos Estados Unidos.

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Em mais um sinal de que a demanda deve ser aprovada, Espanha, Suíça, Dinamarca, Irlanda e Noruega se uniram à França e à Áustria ontem e declararam apoio à candidatura.

novo status deixa os territórios palestinos a um passo da representação plena na ONU e lhes dará acesso ao Tribunal Penal Internacional e à 4ª Convenção de Genebra sobre a Proteção dos Direitos Civis.

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Abbas lidera uma campanha que ganhou maior ressonância depois do último conflito em Gaza, onde, após oito dias de confronto entre o grupo fundamentalista Hamas e o exército de Israel, morreram cerca de 150 palestinos e seis israelenses.

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A Grã-Bretanha disse que deverá se abster, a menos que os palestinos garantam que não processarão Israel no TPI. Entre as principais exceções está a Alemanha, que anunciou que não apoiará a mudança no status, unindo-se a Israel e aos EUA, para quem o único caminho genuíno para a obtenção de um Estado palestino seria diálogo direto com o Estado israelense e um acordo de paz.

O diálogo está emperrado há dois anos, principalmente por causa dos assentamentos israelenses construídos na Cisjordânia, que são considerados o maior freio na abertura de negociações entre as duas partes.

Abbas prometeu relançar o processo de paz imediatamente depois da votação na ONU, afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Suíça, ao dar seu apoio a uma condição de Estado palestino mais pleno.

O Departamento de Estado americano chegou a informar na segunda-feira que, se o texto for aprovado, não terá uma resposta favorável do Congresso para conceder os US$ 200 milhões de ajuda prometidos para os palestinos. Israel também ameaçou com represálias, como bloquear os impostos que o país arrecada em nome da ANP e reduzir o número de permissões de trabalho para os palestinos.

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A Liga Árabe, no entanto, prometeu conceder à futura palestina US$ 100 milhões mensais, caso haja reação.