Cartazes pró-palestina, camisetas com o rosto do ex-líder da Organização para a Libertação da Palestina Yasser Arafat e crachás com nomes de diversos locais do mundo compunham o cenário no primeiro dia do Fórum Social Mundial da Palestina que ocorre até o dia 1º de dezembro em Porto Alegre.
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O coração do evento, com cerca de 3 mil inscritos e 230 organizações participantes vindas de 36 países, fica na Usina do Gasômetro. Mesmo com um tema que desperta tantas paixões, o clima era de tranquilidade no centro da capital. Nenhuma bandeira foi queimada: apenas uma saraivada de críticas ao Estado israelense por participantes ouvidos por Zero Hora.
Ativista palestino contrário à construção do muro que separa a Faixa de Gaza de Israel, Jamal Jumá, 50 anos, é uma das vozes em destaque no evento.
– O muro não é por segurança. É para trancar os palestinos, dividir um povo. Isso não vai trazer a paz – acredita.
Jumá, porém, se esquivou de responder sobre a divisão feroz entre o Hamas, grupo radical islâmico que domina a Faixa de Gaza, e o Fatah, partido de orientação secular no poder na Cisjordânia.
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Para quem estranha que Porto Alegre seja palco do evento, algumas explicações: por ser o berço do primeiro Fórum Social Mundial (FSM), a Capital é sempre cotada para trazer ligados ao movimento. De acordo com Alessandra Ceregatti, do secretariado internacional da Marcha Mundial das Mulheres (um dos organizadores do fórum), o polêmico apoio oficial do Estado também foi importante – ainda que tenha provocado críticas da comunidade judaica. As discussões começaram já em 2009 às vésperas do FSM da Amazônia, consolidando-se no ano seguinte durante o Fórum Mundial da Educação na cidade palestina de Ramallah. Amanhã, às 17h, está prevista uma marcha de solidariedade aos palestinos no Largo Glênio Peres, no Centro.