O PDT decidiu expulsar o deputado Giovani Cherini pelo voto a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Dos seis deputados federais da legenda que apoiaram a admissibilidade do processo de impeachment na Câmara, apenas o gaúcho foi expulso.
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Também favoráveis ao afastamento de Dilma, os deputados Sérgio Vidigal (ES), Flávia Morais (GO), Mário Heringer (MG), Subtenente Gonzaga (MG) e Hissa Abrahão (AM) levaram como punição a suspensão por 40 dias. Já o caso dos senadores Lasier Martins (RS) e Acir Gurgacz (RO), que também votaram pela abertura do processo, será avaliado após o julgamento final do Senado.
Líder da bancada gaúcha, deputado federal do PDT mais votado no Estado, Cherini considera uma “injustiça” ter sido expulso em razão do voto. A decisão foi tomada pelo diretório nacional do PDT nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro. A Zero Hora, o parlamentar admitiu a tristeza pela decisão e não antecipou seu futuro.
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Cherini ignorou a orientação do partido, que tentava sepultar o impeachment, e abriu o voto favorável na véspera da votação na Câmara. Na bancada do PDT-RS, Afonso Motta foi contra o processo e Pompeo de Mattos se absteve.
Para justificar a expulsão apenas de Cherini, a comissão de ética do PDT apontou que ele teria feito campanha para desrespeitar a orientação da sigla, com entrevistas e tentativas de virar os votos dos colegas, o que foi considerado um agravante.
— Votei contra a expulsão, mas pesou o comportamento geral do Cherini. Ele não se manifestava nas reuniões do partido sobre o tema e, dois dias antes da votação, mudou de lado. Cherini foi para tribuna, ele expôs o PDT e, depois, não procurou ninguém para tentar se reconciliar. É uma pena, pois perde o partido e perde o Cherini — afirma o deputado Pompeo de Mattos, presidente do PDT-RS.
Como o senhor recebe a decisão?
É uma tristeza muito grande. Tenho 28 anos de partido, tomar uma paulada dessas não é fácil. Foi uma injustiça, uma decisão discriminatória. Aliviaram outros deputados que também votaram pelo impeachment. É um fato passível de anulação.
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O senhor vai recorrer?
Ainda não decidi, preciso refletir. Fui uma carta marcada, o presidente do partido (Carlos Lupi) é o dono do PDT e decidiu que eu seria expulso. Sou o deputado do PDT no Estado mais votado, incomodo muita gente.
Quem o senhor incomoda?
Não sei, nesse momento tenho é de agradecer quem me defendeu. O Afonso Motta fez um belo discurso em minha defesa.
O senhor não agradece ao presidente do PDT-RS, deputado Pompeo de Mattos? Ele não lhe defendeu?
Não quero polemizar. Estou num momento fragilizado, preciso me recompor, refletir e pensar no futuro.
Partidos como PMDB, PSB e PSD já lhe fizeram convites. O senhor escolheu um novo partido?
Não pensei ainda. É possível que eu fique sem partido até as eleições municipais, ainda é cedo para qualquer definição. Tenho de me recuperar dessa paulada.
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O senhor se arrepende de ter votado a favor do impeachment?
Faria mil vezes de novo. Eu não negocio a minha consciência. Votei contra a roubalheira do PT, não fiz nada contra o PDT.
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