Foi com reações expansivas de quem enxergava Itajaí e Navegantes por uma perspectiva diferente pela primeira vez que crianças das duas cidades e um grupo de dependentes químicos em tratamento demonstrou encanto durante um passeio de escuna pelo rio Itajaí-Açu nesta terça-feira à tarde. O programa foi um prêmio para os 37 alunos que venceram o concurso de redação e desenho promovido pelo Comitê de Sustentabilidade da Volvo Ocean Race em parceria com a Portonave.
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Também foram convidados 32 alunos da Escola de Educação Básica Gaspar da Costa, de Itajaí, que trabalha o conceito de sustentabilidade com os estudantes, e 25 pessoas da comunidade terapêutica Pró-Vida, que participaram da limpeza do Itajaí-Açu durante o projeto Juntos pelo Rio.
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– Olha, mãe! Parece uma girafa azul- disse um aluno de oito anos do Centro Escolar Novo Saber, de Navegantes, ao se deparar com um dos guindastes do terminal portuário.
O pequeno também ficou surpreso com o tamanho da cidade vista do rio.
– Navegantes vai até o porto e acaba. É pouquinho Navegantes, né? – disse o menino, parecendo desapontado.
Com o olhar atento para não perder um detalhe sequer da paisagem o aluno já planejava o que iria falar para a irmã mais nova quando chegasse em casa:
– Vou contar que vi o porto, a igreja, a prefeitura e um monte de outras coisas – disse, animado.
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Durante o passeio, que teve início no Píer Turístico de Itajaí, a embarcação navegou primeiro pela margem direita do rio, percorrendo a costa de Navegantes, e retornou pela de Itajaí. O grupo pôde acompanhar de perto a atividade do ferry boat, dos estaleiros onde são construídos os barcos e até uma descarga de peixe em uma pesqueira. A escuna também passou pela Vila da Regata e por um navio da Marinha.
No percurso foi possível ver garrafa plástica boiando e também lixo nas margens do rio, o que chamou a atenção das crianças, que já sabem que é errado descatar lixo no meio ambiente. Mas elas também puderam ver uma capivara e um pouco do que resta do mangue.
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A professora Cristiane Cordeiro dos Santos, que acompanhava a turma do 7º ano da escola Gaspar da Costa, observa que é interessante para os alunos participarem de um passeio como este, porque poucos têm condições financeiras para fazê-lo.
– Uma atividade como esta ensina eles a se preocuparem com o meio ambiente, além de eles poderem observar a relação do porto e das indústrias com o rio – disse.
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A professora de educação física também espera que o contato com o rio motive os alunos a se interessar por esportes náuticos, como a vela.
Adultos também aprovaram atividade
Os 25 dependentes químicos em tratamento na comunidade terapêutica Pró-Vida aproveitaram cada segundo do passeio. Animados, eles se dividiam em grupos para posar para fotos e acenavam para os barcos de pesca que passavam pela escuna.
– Alguns nunca tiveram essa experiência e talvez nunca mais vão ter. O público que trabalhamos não costuma ter esse tipo de oportunidade, é relegado e estigmatizado pela sociedade – afirma o diretor-executivo da Pró-Vida, Luis Augusto Prates da Costa.
Luis, que ainda não havia navegado pelo Itajaí-Açu, também curtiu o passeio.
– Excelente! É como se estivéssemos fora da cidade olhando para ela – descreveu.
Um operador de caixa de 33 anos que está em tratamento aprovou a atividade.
– Estou aproveitando cada segundo, vendo os veleiros, é tudo muito lindo – disse.
O grupo, que também assiste aulas por meio do programa de alfabetização EJA, vai ter a missão de escrever um texto sobre o passeio como tarefa, informou o diretor.
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