Nas primeiras horas da greve do transporte público na Grande Florianópolis, cerca de 20 pessoas aguardavam sentadas do lado de fora do Terminal Integrado de Canasvieiras (Tican) por algum meio de chegarem ao trabalho e nas aulas. Algumas já estavam há mais de duas horas na espera de um ônibus, van ou carona. A prefeitura de Florianópolis montou um esquema de transporte alternativo com vans e micro-ônibus.
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Michelle Santos saiu do trabalho pouco antes das 6h aguardando por um jeito de chegar em casa. Ela mora em Barreiros e às 8h já estava sem esperanças de conseguir um ônibus.
– Não tenho R$ 7 para pagar de van. Acho que o jeito é ligar para o patrão e pedir para dormir no trabalho – diz Michelle.
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Ela, assim como outros acreditou, que os trabalhadores do transporte público cumpririam a determinação judicial de que os ônibus rodariam em horários de pico. Afirmam ter visto funcionários de duas empresas de transporte público passando uniformizados, mas no terminal não há sinal de ninguém trabalhando.
Das 6h até as 8h passaram dois carros oferecendo carona para quem esperava os ônibus no Tican, e os veículos que fariam o transporte público ainda não tinham aparecido. As únicas vans que passavam pelo local eram contratadas por empresas para levarem os funcionários até o trabalho.
Dono de van diz que serviço é caro
Motorista de uma das vans, Jaisson de Souza diz que está fazendo uma rota que vai do Saco Grande, passando por Canasvieiras, rio Vermelho e indo até a Barra da Lagoa para acessar ao Centro, pois teme que o trânsito esteja muito ruim. Não revela valores, mas garante que seu serviço foi caro para quem lhe contratou, mas sabe que é a única maneira da empresa funcionar.
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Populares rejeitam greve
A opinião geral daqueles que esperavam os ônibus é de revolta contra os grevistas. Michelle diz que acha justo as reivindicações dos motoristas e cobradores, mas diz que não deveriam deixar a população sem ter como voltar para casa. A doméstica Sueli Dias, sentada ao lado de Michelle complementa:
– Reclamar do trabalho todo mundo reclama, o que não dá é de deixar o povo assim.