Onde antes só se via mato, hoje há grama verde. No lugar das manchas de umidade e das marcas do tempo, luzes de led para destacar as 40 obras de arte, parte do acervo deixado por artistas renomados das edições do Simpósio Internacional de Esculturas de Brusque, que ocorreram de 2001 a 2007. O Parque das Esculturas já existe na teoria – ou por costume de ser chamado assim – desde 2008, quando a oitava edição do evento foi cancelada.
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<< Artistas comemoram inauguração do Parque das Esculturas >>
Depois de seis anos de espera, o projeto finalmente saiu do papel e a inauguração, que será nesta quinta-feira às 18h e que promete ser um marco para a cidade, terá a presença de seis artistas internacionais que possuem peças no local, que fica ao lado da rodovia Antônio Heil. O espaço terá entrada gratuita e funcionará diariamente das 9h às 21h.
<< Processo de restauro segue mesmo depois da inauguração do Parque das Esculturas >>
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O coordenador geral do Parque das Esculturas, Ivon Pereira de Mello, destaca que oito das 40 peças do espaço são icônicas:
– São obras como a única feita em mármore pelo artista Amilcar de Castro, a peça Tortura Nunca Mais, desenhada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que faz alusão ao período da ditadura vivida no Brasil, e raridades como uma das últimas peças produzidas por Gio Pomodoro, que faleceu pouco depois de participar de um dos simpósios.
Considerada o cartão-postal do parque, a escultura de Oscar Niemeyer estava deteriorada pelo tempo e agora é destaque no local. Além de se sobressair pelo tamanho e pelo espelho d´água que será pintado de vermelho – homenagem às vítimas da ditadura militar que neste ano completa 50 anos – uma manta asfáltica dá acesso à base e as pessoas poderão circular por baixo da peça.
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A partir de hoje, o parque terá 15 funcionários no espaço a céu aberto, com área aproximada de 23 mil metros quadrados. Além de visitas guiadas, o público poderá percorrer o parque livremente e descobrir mais sobre as peças nas placas de identificação que possuem nome do artista, ano da peça e um QRCode que levará ao site do parque (brusque.sc.gov.br/enciclopedia), ainda em construção.
No ano seguinte ao último simpósio, em 2008, a enchente atingiu Brusque e as peças que antes ficavam no Kartódromo Municipal, do outro lado da rodovia Antônio Heil, foram soterradas. O abandono do local é justificado pelo atual secretário de Comunicação de Brusque, Didi Maçaneiro:
– Com a catástrofe, as prioridades foram outras. Não podíamos deixar de atender à população em outras áreas para nos dedicar à manutenção das peças. Sabemos da importância delas, temos muito respeito pelas obras. Chegou a hora de investirmos nelas e em um local adequado.
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Outras 66 obras foram espalhadas pela cidade
Nas sete edições do simpósio foram feitas 106 peças. Além das 40 obras que atualmente estão no parque, outras 66 fazem parte do patrimônio brusquense e integram a Rota 66, que tem a maioria das peças espalhadas por praças e espaços públicos da cidade. A iniciativa da prefeitura busca proporcionar a democratização da cultura e contribuir com o paisagismo.
– Ainda faltam realocar 14 peças. Também queremos colocar iluminação adequada, placas com identificação e fazer um trabalho de restauro nelas. A intenção é que a Rota 66 se torne um roteiro turístico e cultural – conclui Maçaneiro.