A Parada do Orgulho LGBTI+ reuniu milhares de pessoas na Beira-mar continental, em Florianópolis, na tarde deste domingo, 9. Além de uma festa com direito a três trios elétricos e muita música, o evento chamou a atenção para o respeito à diversidade. A estimativa de público segundo a organização do evento foi de 40 mil pessoas. A Polícia Militar fala em 15 mil.
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A concentração começou às 13h na cabeceira da ponte Hercílio Luz e às 17h os trios elétricos saíram em direção ao palco montado no bolsão, onde estavam previstos os shows com Aretuza Lovi e o ator global Silvero Pereira.
Em 12 anos de evento, esta foi a terceira vez que ocorreu na região continental e a segunda realizada por movimentos sociais e sem apoio político. De acordo com Jenn Lopez, um dos organizadores da festa, o único apoio público foi da prefeitura, que ajudou com a infraestrutura e a segurança do evento. O restante foi patrocinado por seis empresas privadas.
A Parada do Orgulho LGBTI+ encerra a Semana da Diversidade, que ocorreu na Capital com diversos eventos de conscientização da população. Este ano o tema do evento foi “Existimos e resistimos”, que, de acordo com Jenn, reflete o sofrimento e a resistência das pessoas perante o preconceito.
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— Existimos e resistimos porque todos os dias quando saímos de casa não sabemos se vamos voltar vivos. Depois de toda a Semana da Diversidade, fechamos com a parada para comemorar mais um ano de resistência.
Além disso, os movimentos sociais pedem a implementação do plano de políticas públicas LGBT, que existe desde 2008 e ainda não foi colocado em prática no município.
— Temos que tirar este cunho de que Florianópolis é uma cidade “Gay Friendly”, porque não é. Na verdade, o turismo se aproveitou porque é um público que gasta bastante, mas na questão de políticas públicas o município ainda deve muito.
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Luta por direitos
Mariana dos Santos, 30 anos, sabe muito bem como é ser discriminada e humilhada por conta da opção sexual. Assim que assumiu a homossexualidade, sofreu com o preconceito dentro de casa, com o próprio irmão quatro anos mais novo.
— Várias vezes ele me agrediu, me chamou de sapatão, disse para eu nascer de novo e virar homem. É muito difícil a gente se assumir porque sofremos muito preconceito, mas estamos aqui e acredito que um dia vamos conseguir acabar com esta homofobia.
Maurício Rodrigues Pereira, 23, é natural de São Paulo e pelo segundo ano participou da parada em Florianópolis. Segundo ele, o evento catarinense é muito mais focado a luta pelos direito do que só uma festa direcionada ao público LGBTI+.
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— A gente tem que lutar pelos nossos direitos, temos que impor respeito, não que nos aceitem, porque a gente não aceita um monte de coisas, mas respeito tem que ter — disse.
A festa, que foi até às 21h, reuniu gente de todas as idades, de famílias inteiras, com crianças pequenas, até os mais velhos. Quem não poderia deixar de marcar presença foi a Embaixatriz da Parada da Diversidade, Karla Camuracci da Silva, de 60 anos. Karla é a primeira transexual da Capital e participa da Parada desde a sua primeira edição.
— O evento é uma integração de amizade entre transexuais, homossexuais, heterossexuais e de toda a população — comentou.
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