Existe um lugar no Centro de São José, na Grande Florianópolis, onde as pessoas com algum tipo de deficiência encontram abrigo, cuidados, tratamento, carinho e atenção. Este lugar se chama Orionópolis Catarinense. Fundada em 1987, a entidade filantrópica possui atualmente 54 moradores, homens e mulheres que foram abandonados à própria sorte ou que a família não teve condições de cuidar.

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Quem lá entra não imagina que cada morador tem uma história, muita vezes, carregada de tristeza. Isso porque o clima da casa está longe de ser melancólico. Apesar de todas as dificuldades, os moradores são estimulados a ter uma vida normal com rotina bem definida, passeios na beira-mar, caminhadas, idas ao cinema, a parques de diversões, entre outros lugares.

– Estamos tentando incluí-los na sociedade, fazer com que sejam vistos, e, para eles, é uma alegria enorme. Nosso objetivo é dar qualidade de vida, dar aquilo que a vida tirou deles, como casa e família. Orionópolis é o lugar onde eles podem chamar de lar e os funcionários são as pessoas que eles podem chamar de família – diz Gabriel Schuch, supervisor da entidade.

Diferente do que muita gente pensa, a Orionópolis não é um asilo. Lá moram pessoas de todas as idades, a mais nova tem 12 anos e o mais velho tem 88, como o seu Odir Hass, que completa 89 anos em setembro. Avaiano de carteirinha, ele conta que jogou no time do coração por três anos lá nos anos 1960, ama ouvir rádio, principalmente se for à pilha, e adora bater um papo.

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Quem gosta de conversar também é a dona Lina Fermina da Silva. Aos 65 anos ela não é de ficar parada, gosta de dançar, de fazer fisioterapia e de se arrumar. E dona Maria Luiza de Matos, que diz que “de cabeça” não sabe a idade, aos 58 anos esbanja simpatia e alegria.

Sobrevivência por meio de doações

Os moradores vivem em três casas, a dos homens, das mulheres e uma onde ficam as pessoas mais dependentes, com deficiências que necessitam de cuidadores ou enfermeiros quase 24 horas por dia. A entidade construiu recentemente uma nova casa, para onde serão transferidos os homens. O espaço onde estão atualmente passará por uma reforma e será montado um centro de reabilitação.

Diariamente eles recebem alimentação controlada por nutricionista, atendimento com psiquiatra, fisioterapeutas, médicos, fonoaudiólogos, entre outras especialidades. Além disso, há o setor pedagógico, com aulas de artesanato e letramento.

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– Eles são tão bem tratados que superam a expectativa de vida – diz Gabriel.

A entidade recebe moradores encaminhados pelos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) de Florianópolis e São José ou pelos próprios familiares. Os dois municípios possuem convênios com a entidade, no entanto, segundo Gabriel, o valor cobre apenas 30% de todas as despesas, que gira em torno de R$ 300 mil por mês. Só para ter ideia, cada morador tem um custo em média de R$ 5,5 mil mensal. A entidade ainda precisa pagar o salário dos 78 funcionários e outras despesas fixas no espaço.

Para cobrir todas os custos, a instituição conta com doações através da conta de luz ou pelo pagamento de boletos, além de eventos realizados na unidade como rifas, bingos, almoços, entre outros.

A Orionópolis Catarinense foi fundada em 1987 pelos padres da congregação orionita. A primeira sede ficava no bairro Capoeiras e em 1991 se mudou para o Centro de São José, onde está até hoje, na Rua Frederico Afonso, 5568. A entidade é uma obra social de caráter filantrópico sem fins lucrativos. O nome de Orionópolis foi dado em homenagem a São Luís Orione, fundador da congregação.

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Ação da Hora

Para ajudar a entidade, a Hora promoverá uma ação social no dia 22 de setembro. O evento é em comemoração ao aniversário do jornal que completou 12 anos em 28 de agosto. Voluntários vão deixar a unidade mais aconchegante para os moradores.

Segundo Gabriel, a Orionópolis está precisando de limpeza do pátio, pintura do meio-fio, grafite nos muros, uma faxina geral na nova casa dos moradores, além de ajeitar o jardim e a horta. Também são bem-vindas doações como café, aparelho de barbear, fraldas geriátricas tamanhos M, G e GG, shampoo, tênis em bom estado.

Para ajudar, convidamos a comunidade e grupos voluntários interessados a participarem da ação com concentração às 8h em frente à entidade.

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Como ajudar a entidade

– A Orionópolis mantem um bazar de roupas com aproximadamente 10 mil peças entre novas e usadas. O bazar funciona de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 16h. O preço varia entre R$ 5 e R$ 15, casacos ou peças novas podem custar um pouco mais. A entidade também possui um bazar de móveis novos e usados que funciona nos mesmos dias e horários. Os valores variam conforme o móvel.

– Todo terceiro domingo do mês é realizado um almoço solidário na entidade. Além de churrasco, o evento conta com apresentação musical e barraca de doces. O almoço custa R$ 25 por pessoa.

– Quem quiser pode fazer doações em uma das três contas bancárias da entidade. Pela Caixa Econômica Federal, a agência é 1784, operação 003 e conta corrente 181-4. Banco do Brasil, agência 2638-7, conta corrente 351030-1. Bradesco, agência 1348 e conta corrente 640-8.

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