O prazo oficial para entregar à Justiça as conclusões do inquérito policial sobre o incêndio na boate Kiss termina nesta segunda-feira. Porém, a Polícia Civil já sabe que atrasará o envio do documento, o que deve ocorrer até o final desta semana. Antes disso, os delegados encarregados do caso ainda precisam ouvir depoimentos chaves e dependem de resultados de perícias.
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Entre os depoimentos estão o do produtor da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Bonilha Leão, que deve depor amanhã, e os dos sócios da Kiss, Mauro Hoffmann, o Maurinho, e Elissandro Spohr, o Kiko.
Os três estão presos preventivamente na Penitenciária Estadual de Santa Maria. Conforme Mário Cipriani, advogado de Mauro, seu cliente ainda não foi intimado e não irá mais falar com a polícia.
_ A polícia precipitou as conclusões do inquérito e não há mais sentido de ouvir meu cliente _ disse Cipriani.
Devem ser ouvidos novamente o ex-secretário de Controle e Mobilidade Urbana, Sérgio Medeiros, e o fiscal Marcus Vinicius Biermann, que assinou o alvará de localização da boate. Isso porque, na última quinta-feira, o testemunho de um arquiteto da prefeitura trouxe um fato novo à investigação.
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Só depois disso, a polícia deverá concluir a fase de depoimentos. Testemunhas que estavam na festa e que ainda não tinham procurado a polícia continuarão sendo ouvidas após a conclusão do inquérito.
Perícias vão comprovar teses da polícia
Para o delegado Sandro Meinerz, um dos responsáveis pelo caso, os laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) que ainda faltam chegar são importantes para comprovar as convicções que a polícia tem sobre diversos pontos. Em relação à causa das mortes, não deve haver novidade. Os oito laudos recebidos até a última sexta-feira confirmam morte por asfixia por cianeto e monóxido de carbono. Porém, somente com os resultados da análise técnica da boate, feita por engenheiros do IGP, será possível bater o martelo sobre o início das chamas, os extintores, a porta de saída, a colocação de barras de ferro no interior da casa noturna e o sistema de exaustão, entre outros pontos.
Até agora, a polícia não considera finalizar o inquérito sem os laudos. O IGP não dá prazo para o envio.
Testemunhas dão versões diferentes sobre os assuntos-chaves
A investigação da maior tragédia do Estado, que resultou na morte de 241 pessoas, já dura 44 dias e ultrapassa as 6,5 mil páginas. Mais de 650 pessoas já prestaram depoimentos, que são mantidos em sigilo. O Diário teve acesso a 18 deles que mostram contradições entre testemunhas chaves da investigação
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>> Confira aqui as testemunhas, os depoimentos e as contradições
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