A renúncia do Papa Bento XVI, anunciada pelo próprio Pontífice nesta segunda-feira, está sendo vista como esperada pelos vaticanistas.
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De acordo com o doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e professor da PUCRJ, Paulo Fernando Carneiro de Andrade, já havia indícios sobre a renúncia e que o Papa não teria condições de saúde para seguir.
– O papado de Bento XVI sempre foi considerado de transição. Foi uma decisão acertada, na qual ele demonstra sua grandeza espiritual em agir pelo bem da Igreja. Ele sempre se mostrou interessado pelas questões teológicas, é um intelectual, e deve seguir contribuindo para a Igreja Católica desta forma – afirmou.
O Frei franciscano Jorge Hartmann, que trabalhou durante três anos no Vaticano, também avalia positivamente a decisão do Pontífice.
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– É um ato de respeitável coragem, mas ao mesmo tempo uma decisão esperada. Desde a sua eleição, em 2005, sabia-se dos seus problemas de saúde – disse Hartmann.
Apesar de ser considerado um Papa de transição, Bento XVI é avaliado como importante para a Igreja Católica, especialmente pelas difíceis crises enfrentadas neste período.
– Bento XVI agiu de forma discreta, mas cumpriu um papel muito importante. Ele tomou decisões sobre as finanças do Vaticano e enfrentou os escândalos dos casos de pedofilia – afirma Andrade.
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O nome do novo pontífice deve ser conhecido antes da Páscoa e sua presença é esperada para a Jornada Mundial da Juventude, que ocorre em julho, no Rio de Janeiro. O perfil do novo papa não é consenso entre os vaticanistas.
– Não deve haver grandes mudanças. A expectativa é que se dê continuidade a linha de Bento XVI, sem conservadorismo e, ao mesmo tempo, sem modernismos – avalia o teólogo Paulo Fernando Carneiro de Andrade.
Já o Frei Jorge Hartmann vê no novo pontífice a esperança de renovações na igreja Católica.
– O novo Papa terá uma responsabilidade ainda maior diante desta renúncia. Minha expectativa é de que surja um novo João XXIII, com perfil mais arrojado. Que ele tenha a ousadia de sacudir a igreja, que possa acompanhar os passos do mundo, com as inovações da tecnologia e da ciência – afirma Hartmann.
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