O amor pelos livros começa a surgir em casa, quando ainda pequenos ouvimos as primeiras histórias infantis contadas por nossos pais. E essa relação entre a família e o gosto pela leitura ficou evidenciada pelo público que passou pelo Expocentro Edmundo Doubrawa, no primeiro final de semana da 15ª Feira do Livro de Joinville. O local reuniu centenas de pais e filhos ao longo dos primeiros três dias de programação, neste que é considerado um dos principais eventos culturais independentes da cidade.
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Confira a programação completa da 15ª Feira do Livro de Joinville
Neste domingo, 10, os participantes puderam acompanhar momentos de contação de histórias, apresentação de corais, sarau, sessões de autógrafos, um bate-papo em alemão – língua oficial do país homenageado na edição deste ano -, além do Seminário Catarinense de Professores e Mediadores de Leitura, realizado no Teatro Juarez Machado. Houve ainda entrega dos prêmios do concurso “Contadores e Leitores de Histórias”.
As atividades somam parte da extensa programação que segue até o dia 17 de junho, na qual, são esperados ainda nomes como o da escritora Marina Colasanti, da poetiza Conceição Evaristo e do escritor Pedro Bandeira. Outro ponto alto da feira é a comercialização de títulos a preços acessíveis.
Dez motivos para ir à 15ª Feira do Livro de Joinville
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Incentivo à leitura
A visitação entre um estande e outro proporcionou uma imersão no universo da leitura desde crianças de colo até adultos, que usam o evento para estimular o prazer da leitura aos pequenos desde os primeiros anos.
Foi o que fizeram, por exemplo, as joinvilenses Ilse Fossile e Jéssica Fossile Pinheiro, que levam anualmente a pequena Morgana, de quatro anos, até a Feira do Livro. Jéssica relembra que aprendeu as primeiras histórias lidas e contadas por sua mãe, Ilse, quando tinha a idade da filha, Morgana. Segundo ela, a menina já demonstra interesse por contos e fábulas.
— Minha mãe sempre lia ou contava histórias que ela mesma inventava para mim, lembro das vezes que ela queria pegar no sono e eu dizia “ah mãe, conta mais uma história”. É a mesma coisa agora, é importante esse incentivo e minha filha também já gosta de ler desde pequena — conta Jéssica.
O mesmo incentivo acontece na casa de Giseli Teixeira, que aprendeu a contar histórias infantis para Ana Clara, hoje com cinco anos, quando a menina ainda estava para nascer.
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— Leio desde a gravidez para ela e ela adora o mundo da leitura, tanto que gastei até mais do que imaginava comprando livros, porque está barato e é irresistível — entrega.
E os exemplos são inúmeros, a pequena Manuela, de dois anos, escolheu o livro que gostaria de levar para casa. Pequeno e com gravuras. De acordo com sua mãe, Tatiane de Freitas, a liberdade para que a menina conheça as possibilidades da literatura é importante para a sua formação cultural.
— Desde pequena meus pais incentivavam a leitura e hoje faço isso com ela. A Manuela já tem bastante livros só que ela está na fase ainda de contação de histórias e agora ela já conta para mim. Então, as vezes, ela pega o livro e, claro do jeito dela, conta a história olhando as figuras, mas ela escolhe o livro dela e eu acho que isso é preciso ser estimulado desde a infância — considera.
Valorização de Joinville
Dentre as obras infanto-juvenis apresentadas ao longo da 15ª edição do evento, uma enche de orgulho o joinvilense Juliano Reinert. Trata-se do lançamento de seu primeiro livro “Em Busca do Reinado: O Diamante Azul”, que teve sessão de autógrafos realizada na tarde deste domingo.
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— Acho que me sinto mais importante do que se tivesse lançando (o livro) em uma feira de Porto Alegre, de de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Ser de Joinville e lançar minha obra aqui é motivo de muita alegria para mim, indescritível e especial — comemora.
A obra citada pelo autor é de ficção, mas tem Joinville em sua história. “Joinville é muito importante e ela tinha que estar no livro. Então essa história começa em Joinville, no futuro, depois de uma terceira guerra mundial causada pela falta de água. Bruno, o protagonista de 17 anos, órfão de pai e mãe mortos na guerra, tem como única lembrança um diamante azul que era uma joia da mãe dele, que ele decide vender para sobreviver. Então, descobre que, na verdade, aquela joia tem poderes mágicos e, em um universo paralelo, pode resolver uma guerra de dois reinados. Este diamante é o artefato que vai fazer ele conseguir superar os perigos durante essa aventura”, explica.
Programação 11/06
A escritora e jornalista ítalo-brasileira com mais de 50 títulos publicados no Brasil e no exterior, Marina Colasanti, é a principal atração desta segunda-feira. A escritora participa, às 9h, no palco, do “Encontro com a autora”. Neste espaço Marina abordará o tema “Minhas histórias vêm de longe para encontrar vocês”. Já o encontro com os fãs acontece às 10h, na Praça de Autógrafos, e, às 19h, a escritora realiza a palestra “Existe uma escrita feminina?”, que trata da participação feminina na literatura.
A programação inclui também um Sarau Literário com poemas musicados de Marina, que será dia 10, às 18h30 e a exposição “Bordando Letras”, com interpretação da obra A Moça Tecelã, também de Marina Colasanti. A abertura da exposição está marcada para dia 11, às 18h30, próximo ao palco principal da Feira.
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