Organizações não governamentais divulgaram notas em que criticam a prisão neste sábado de manifestantes no país. A organização não governamental Justiça Global disse que a ação é um ato arbitrário com objetivo de reprimir expressões da população na luta por justiça social. Em nota, a ONG questiona a expedição dos mandados de prisão na noite de sexta-feira e o cumprimento neste sábado, véspera da final da Copa do Mundo.
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“No dia anterior à final da Copa do Mundo, para quando há um grande ato de rua marcado, detidos e detidas, incluindo duas mães, estão sendo encaminhados para a ‘Cidade da Polícia’, chegando na caçamba de camburões e sendo retirados sob a mira de fuzis”, declarou a entidade.
De acordo com a nota, a transferência dos presos para o Complexo Penitenciário de Bangu pode ocorrer ainda no sábado, dia em que a Defensoria Pública, o Legislativo e outros órgãos do Estado “que poderiam atuar contra esta arbitrariedade” estão em regime de plantão. Para a Justiça Global, os fatos “evidenciam o propósito único de neutralizar, reprimir e amedrontar aqueles e aquelas que têm feito da presença na rua uma das suas formas de expressão e luta por justiça social”.
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As prisões cumpriram mandados expedidos pela 27ª Vara Federal da Capital. Entre os presos, está a ativista Elisa Quadros Sanzi, a Sininho, que foi detida em Porto Alegre e foi levada para o Rio de Janeiro, escoltada por policiais civis fluminenses. Os manifestantes são suspeitos de praticarem atos violentos durante protestos na cidade do Rio.
Em nota divulgada na tarde deste sábado, a organização não governamental Anistia Internacional avaliou como preocupante as prisões “por parecer repetir um padrão de intimidação que já havia sido identificado pela organização antes do início do Mundial”. Para a organização, a liberdade de expressão e a manifestação pacífica são direitos dos cidadãos e, por isso, devem ser respeitados e garantidos pelas autoridades em todas as situações, inclusive durante a Copa do Mundo. “Ninguém deve ser detido ou preso apenas por participar de uma manifestação e exercer tal direito”, disseram.
A Anistia Internacional solicitou às autoridades do Rio de Janeiro que garantam o direito de reunião e manifestação pacífica de cidadãos e “parem de agir de forma a intimidar os manifestantes”. Pede também que as autoridades “garantam que todos aqueles detidos tenham total acesso à assistência legal e aconselhamento jurídico, e que advogados sejam autorizados a exercer suas funções profissionais sem intimidação, obstáculo ou interferência imprópria”.
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* Agência Brasil