Congressistas seguem tentando um acordo para reverter a paralisação parcial do governo e elevar o teto a dívida dos Estados Unidos nesta terça-feira. O país está a dois dias do prazo final para evitar um default (atraso no pagamento da dívida, calote).
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O líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, e o da minoria republicana, Mitch McConnell, evocaram na véspera a possibilidade de uma rápida solução para o conflito que paralisa o Estado federal há duas semanas e para o aumento do limite legal de endividamento.
– Fizemos avanços fenomenais, ainda não chegamos a um acordo, mas os avanços são fenomenais – declarou Reid, ao concluir um nova rodada de negociações.
Os comentários de Reid e McConnell são o sinal mais promissor até o momento de que democratas e republicanos, ao menos no Senado, querem por fim à crise.
No entanto, além do difícil entendimento entre republicanos e democratas, o tempo começa a ficar curto para que um acordo passe nas duas casas – Senado e Câmara dos Deputados. Depois de uma reunião entre os republicanos nesta manhã de terça, o deputado Charlie Dent, avisou que há intenção de modificar os termos do acordo no Senado, embora os termos ainda não tenham sido detalhados publicamente.
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Conforme Dent, uma das exigências dos republicanos na Câmara é adiar por dois anos a cobrança de um imposto sobre equipamentos médicos – uma das formas de financiamento do programa de saúde do presidente Barack Obama.
O Senado, controlado pelos democratas, e a Câmara dos Deputados, com maioria republicana, têm de adotar um texto idêntico para que possa entrar em vigor.
O plano de Reid e McConnell será apresentado nesta terça-feira a um grupo de senadores republicanos. Segundo um deles, Bob Corker, ao longo do dia serão conhecidos os detalhes do acordo.
O otimismo era compartilhado pela Casa Branca, mas ainda é preciso superar as resistências de legisladores republicanos. Na Câmara dos Deputados, o Tea Party, ala mais radical do partido, se mantém até o momento avesso a qualquer concessão.
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Segundo versões da imprensa, o acordo incluiria uma medida que permitiria ao Tesouro continuar emitindo títulos até fevereiro e ao Estado federal reabrir por completo até meados de janeiro, em troca de diversas concessões dos democratas sobre alguns pontos da lei de reforma do sistema de saúde.
Entenda a crise e confira a evolução da dívida nos Estados Unidos.
Negociações formais sobre o orçamento seria iniciadas de imediato entre o Senado e a Câmara para cobrir o resto do próximo ano.
A situação nos Estados Unidos gera preocupação nos mercados e no mundo todo.
Na segunda-feira, os mercados aderiram ao otimismo transmitido pelos legisladores: Londres e Wall Street fecharam em alta, enquanto o dólar resistiu frente ao euro.
O Departamento do Tesouro advertiu que, a partir da próxima quinta-feira, não poderá cumprir com todos os seus compromissos e, por isso, o Congresso precisa votar o quanto antes a lei para elevar o limite do endividamento e evitar uma interrupção dos pagamentos.
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Ninguém sabe até que data exata o Tesouro poderá garantir seus pagamentos. Pode ser a qualquer momento depois de 17 de outubro, em função das variações diárias dos valores dos títulos, chamados de Treasuries.