A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram nesta terça-feira de manhã a Operação Nebulosa, resultado de investigação que apura suposta fraude milionária em importações, principalmente através dos portos de Itajaí e Navegantes. Cinco pessoas, entre empresários e despachantes aduaneiros, foram presos em Itajaí, onde ficaria a empresa que comandaria o esquema, e outros dois em Maringá (PR).
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As investigações começaram em outubro de 2013 a partir de uma representação fiscal da alfândega da Receita Federal. A suspeita da Polícia Federal é que um grupo importador que comandava o esquema em Itajaí recebia informações privilegiadas de dois peritos terceirizados da Receita.
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A reportagem apurou que essa empresa seria a MSX Trading Exportação e Importação, que fica no Centro de Itajaí. De posse das informações privilegiadas, a empresa fraudaria documentos e subfaturaria as cargas que entravam no país. Também é apurada a participação de servidores públicos federais que facilitariam a entrada das mercadorias. O esquema teria movimentado cerca de US$ 30 milhões nos últimos 24 meses.
O delegado da Polícia Federal, Thiago Giavarotti, afirma que as pessoas presas possuem relação direta com o grupo que comandava o suposto esquema em Itajaí. Além da importadora, uma empresa que tem sede no Rio de Janeiro e funcionava em Maringá também seria parceira na fraude. Foram identificadas ainda outras sete empresas que seriam clientes do grupo.
– Essas empresas ganhavam uma vantagem inegável no comércio local. O destino da boa parte dessas cargas, por exemplo, era a região da 25 de Março, em São Paulo, e a região do Brás, que lida com tecidos. O subfaturamento gera danos enormes no comércio local e, claro, tem a questão do não recolhimento de tributos – comenta.
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A maior parte das mercadorias subfaturadas era de tecidos, miudezas para o comércio varejista e peças de veículos. A partir de agora, a Polícia Federal trabalha para identificar os destinatários das cargas importadas de forma fraudulenta.
A investigação identificou ainda condutas ilícitas praticadas por um grupo de pessoas que atuam na importação de produtos, vindos da China e dos Estados Unidos. Integrariam a quadrilha empresários e despachantes aduaneiros. Está sendo apurada também a possível participação de servidores públicos federais e de peritos técnicos credenciados pela Receita.
A respeito da principal suspeita de comandar o suposto esquema a Polícia Federal divulgou que, além de ficar em Itajaí, pertence a dois irmãos, que já teriam sido alvo da Operação Dilúvio, em 2006. Um dos suspeitos mora atualmente em Miami. O suposto esquema pode render multas de mais de R$ 50 milhões.
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Temporariamente uma medida cautelar impede que parte dos investigados – presos ou não – atuem no comércio exterior. Os presos em Itajaí foram levados para o presídio da Canhanduba.
Contraponto: o que diz a MSX
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