Criciúma Segura é como a Secretaria de Segurança Pública (SSP) denominou a força-tarefa entre as polícias Militar e Civil desencadeada nesta quinta-feira na cidade do Sul do Estado como a principal arma na tentativa de diminuir a violência.
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O governo do Estado disse que não irá divulgar o número de policiais destacados de Florianópolis por motivo de sigilo a fim de garantir o sucesso da ação. Eles também não informaram o tempo que ela vai durar.
Ao pontuar que esse tipo de ofensiva já aconteceu em outras cidades, como Chapecó, no Oeste, o secretário da SSP, César Grubba, assinalou que a mobilização costuma durar de 30, 60 e até 90 dias.
– A operação vai durar o tempo que for necessário para voltarmos a normalidade e trazermos a sensação de segurança de volta que Criciúma merece – declarou Grubba.
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No fim da manhã, a reportagem viu a chegada de pelo menos seis viaturas com equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) na sede do 9o Batalhão da PM. Ainda vão se juntar PMs do Choque e Batalhão Aéreo, além de policiais civis, que inicialmente devem ser da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Em entrevista coletiva na sala do comando do 9o Batalhão, Grubba, os chefes estaduais das polícias Militar e Civil, comandantes e delegados locais atribuíram ao tráfico de drogas e a ação de adolescentes infratores o aumento da violência na cidade.
O secretário reconheceu que é preciso mais policiais, “um problema que não é só de Criciúma, mas todas as cidades de Santa Catarina”, mas que desde 2011 o governo do Estado vem se esforçando para recompor o efetivo ideal.
Os dados apresentados pela SSP indicam que, dos 22 homicídios este ano, 20 estão ligados ao tráfico. Aconteceram outros dois latrocínios (roubos seguidos de morte) e por isso são 24 pessoas que foram mortas desde janeiro, entre elas a médica Mirella Maccarini Peruchi, assassinada a tiros quando chegava em casa.
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Grubba reconheceu que o crime contra a médica gerou clamor social e foi a principal razão pela qual a operação foi montada – os responsáveis estão presos, são um homem de 22 anos e um adolescente.
O delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC), Ulisses Gabriel, afirma que para a polícia pode ser considerado que 22 mortes foram ligadas ao tráfico, pois os autores dos latrocínios também são pessoas envolvidas com esse tipo de delito.
Ulisses pontuou a ação de um adolescente de 16 anos, que está apreendido, o qual garante ter sido responsável por cinco assassinatos e que é suspeito de um sexto homicídio. Todas essas seis mortes teriam sido praticadas pelo garoto nos últimos 30 dias, tendo como motivo principal brigas por drogas.
– Estamos com 19 casos de homicídios com autores definidos e no ano passado resolvemos 80% dos homicídios – afirmou o delegado, informando que os crimes foram por situações variadas, como furtos de entorpecentes entre integrantes das gangues.
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Foto: Diórgenes Pandini / Agência RBS
Ação regionalizada
Os bairros Renascer, Ana Maria, Boa Vista, Paraíso e Pinheirinhos são os mais críticos em relação à criminalidade que devem receber ações das polícias. Serão feitas barreiras e incursões em horários não divulgados.
O comandante-geral da PM, coronel Paulo Henrique Hemm, comentou ao final da entrevista coletiva que a operação poderá acabar se configurando regional.
– Sabemos que o crime migra onde se age e pela atuação da polícia. Então vamos estar atentos e a força-tarefa pode acabar sendo regionalizada – destacou.